Enquadrado no trabalho de Bert Hellinger, este texto mostra o trabalho de como “tomar Pai e Mãe” é essencial à cura da nossa energia e ligação que temos à Vida e ao clã a que pertencemos.
Independentemente dos Pais que tivemos, se estão vivos ou não, se viveram vidas nobres ou miseráveis, se foram boas ou más pessoas, eles fazem parte da nossa história e há que honrar a Vida que nos deram.
Tal como uma máquina precisa de duas baterias para funcionar, ou uma árvore das raízes para viver, assim é a nossa energia vital dependente da nossa capacidade de tomarmos a Mãe e o Pai em nós.
As expectativas irrealistas, o julgamento que fazemos a partir de uma postura infantil, levam-nos a cortar com essas fontes de energia, condicionando assim a nossa energia, o nosso equilíbrio e a nossa saúde a todos os níveis.
Fica assim a proposta de como sarar dentro de nós essa ferida, da pacificação com esses dois seres tão importantes na nossa existência.
Querido Pai & Querida Mãe
É com muita humildade que finalmente vos vejo com bons olhos. Que vejo o homem e a mulher que vocês são. Que tal como eu, têm dores e sonhos, traumas e qualidades e que um dia se encontraram e num acto de amor, aceitaram a hercúlea tarefa de me trazer à Vida e de me darem a oportunidade de evoluir e conquistar novos territórios e experiências.
Reconheço hoje a profunda ignorância sobre a Vida e lamento ter passado tempo demais no lugar da criança, resistindo ao meu caminho, ao natural processo de amadurecimento, causando por isso tanta dor, tanto sofrimento, tanto desencontro entre nós.
Lamento muito o quanto vos julguei, apontei o dedo e esperei de vocês mais do que tinham para me dar, sem sequer ser capaz de reconhecer já me tinham a Vida como o maior presente e agradecer todo o amor e esforço que dispensaram nessa gigantesca tarefa de me prepararem para a Vida.
Com o tempo acabei por me render à Lei do Karma e hoje sei que tudo o que vivi, o vosso papel na minha vida, os laços complexos que nos unem, as facilidades e dificuldades que vivemos, faz tudo parte do meu Karma pessoal. Vocês são perfeitos porque são projeções do meu pior e do meu melhor e assim ajudam-me a perceber melhor quem eu sou, de onde venho e para onde vou. Foi apenas por desconhecimento que cometi o terrível erro de esperar de vocês algo diferente, idealizado, de vos julgar e virar as costas. Hoje sei que mesmo não sendo o que eu gostava que fossem, são os pais perfeitos para mim.
Lamento muito ter-vos contrariado, não ter confiado que as vossas escolhas mais fáceis ou mais difíceis, estavam enredadas na minha própria história. A minha ignorância aprisionou-me à ideia de que vocês deveriam ser os pais perfeitos, que deveriam ser para sempre os meus cuidadores, que eu teria o direito a ser a eterna criança, o centro do Universo e vocês não tivessem as vossas vidas e as próprias necessidades para viver. Lamento mesmo muito ter-vos feito passar por isso.
Lamento não ter conseguido ver a vossa simples humanidade, o homem e a mulher, as vossas dores e limites assim como o vosso amor e a boa vontade em dar-me o melhor que conseguiram dar e amor que conseguiram dar.
Pres@ a essa dor cega, infantil e ingrata, exclui-vos do meu coração e em vez de receber o que tinham para me dar, escolhi orgulhosamente fechar o coração, exigir o impossível e como castigo de não receber o que imaginava merecer, desliguei-me, julguei-vos e afastei-me da vossa imperfeição, acreditando que era melhor e que não precisava de vocês para nada.
Durante esse triste tempo solitário de inconsciência e ignorância, permiti que a minha dor comandasse a minha vida, acreditei na ilusão de que vocês eram os culpados pelo meu sofrimento e más escolhas que eu própri@ fiz, atirei-me a mim própr@ para a mais profunda escuridão de um poço fundo.
Mal sabia eu que eu era @ únic@ responsável pelo meu próprio sofrimento e o quanto fiz sofrer todos à minha volta.
A verdade é que a vitimização e a esperança de que alguém me salvasse ainda dominavam a minha mente e por isso ainda não tinha amadurecido, ainda não estava pront@ para aceitar a responsabilidade pessoal sobre a minha vida, sobre o meu Karma pessoal, a proposta de evolução do meu mapa, inclusive a minha escolha de que vocês são os meus pais e os pais perfeitos para esta encarnação e para o meu processo de evolução.
A minha ilusão e ingenuidade sobre a vida, levaram-me a ver-vos erradamente, tanto idealizando e esperado de vocês uma perfeição inatingível, como demonizando e vendo em vocês os piores pais do mundo, os grandes responsáveis por todas as minhas dores.
Estava ceg@ e indisponível de vos ver da forma certa; como humanos com a vossa própria história, a lidar com as vossas dores e os vossos sonhos. É muito triste lembrar-me do quanto vos acusei, gritei, cobrei, julguei e tornei impossível vocês fazerem o vosso papel de pais pois abandonei o meu lugar de filh@.
Mas sinto uma enorme gratidão pela paciência, pelo amor incondicional, pela esperança que mantiveram em que eu um dia saísse da escuridão em que me coloquei a mim mesm@ e fosse capaz de me reconectar com o vosso amor e ver-vos com bons olhos.
Foi um triste tempo de escuridão em que o meu ego tomou conta da minha mente e me fez virar as costas à luz e ao amor que me liga a vocês. De costas para a Luz só tudo era escuro e assumo a minha teimosia em recusar-me ver a luz.
Eu não conseguia ver-vos como simples humanos imperfeitos, de igual para igual, carregando também vocês as vossas próprias histórias, infâncias, dores, vazios e frustrações, raivas e tristezas, quem sabe até piores do que as minhas. Eu queria que vocês fossem perfeitos e zanguei-me durante muito tempo com a minha própria ilusão projetada em vocês, incapaz de ver a verdade de quem vocês são.
Lamento muito esta enorme injustiça e arrogância e ter permitido que o meu ego apenas visse a minha dor, cegando-me para a vossa e aprisionando-me neste permanente julgamento sem sentido.
Nesta atitude imatura, ataquei-vos, abandonei-vos, tentei salvar-vos e castigar-vos de todas as maneiras que encontrei, incluíndo fracassando na vida, sendo infeliz, tentando assim chamar à atenção e exigir ser salvo. Não foi fácil sentir a vossa indisponibilidade, ouvir-vos dizer que não me podiam salvar, que me cabia a mim fazê-lo, mas hoje percebo e agradeço não o terem feito pois percebi que me cabia a mim, no meu lugar de adulto.
Julguei e condenei as vossas escolhas e decisões em vez de procurar entender e aceitar-vos tal como são e ver-vos imperfeitos tal como são, com qualidade e defeitos como todos têm, a sobreviver às vossas próprias dores e inseguranças. Lamento muito que assim vos tenha feito sofrer ainda mais.
Pres@ ao lugar de criança, fiquei como o bebé de berço, a reclamar colo, amor, atenção, segurança, proteção, alimento tempo demais, sem perceber que também eu entretanto cresci e que teria que fazer o natural e necessário desmame humano e aprender como qualquer adulto, a ser autónomo, a viver a minha vida, responsável e independente e a desenvolver tolerância e compaixão por mim mesm@ e por vocês.
Agora vejo o vosso amor incondicional para com a minha cegueira, a paciência que tiveram com as minhas birras e cobranças, a preocupação por me verem perdid@ e não vos dar a oportunidade de me orientarem por bons caminhos. Só posso imaginar a dor da vossa impotência.
Reconheço agora que ao cortar a minha ligação com vocês, a única forma de me ajudarem a amadurecer e a assumir responsabilidade pela minha vida, foi a afastarem-se de mim e a confiarem que eu descobrisse o meu equilíbrio sozinh@, que aprendesse a andar de bicicleta sem rodinhas. Hoje vejo que vocês já me tinham dado a vida, eu é que estava desligada dela.
Fui arrogante em achar que não precisava de vocês para nada e acabei por descobrir da pior maneira e à custa do meu próprio sofrimento que não tinha que ser assim, que sem conexão com a vossa força dentro de mim, tudo foi tão mais difícil para vocês e principalmente para mim.
Hoje sei que não é suposto os pais darem aos filhos o que eles querem, mas sim e apenas a força que os filhos precisam para conquistarem eles próprios o seu próprio caminho. Infelizmente não percebi isso durante muito tempo e exigi que me carregassem ao colo tempo demais. Aprendi finalmente que os bons pais tornam-se desnecessários pois mostram que prepararam bem os filhos para a vida.
Agradeço e reconheço que vocês deram o que puderam, o que acreditavam estar certo, o que conseguiram e quantas vezes sob um esforço e sacrifícios que desconheço e só posso imaginar e agradecer. O que me faltou, o que não fez sentido, o que eu precisava de diferente, cabe-me agora a mim, na postura de adulto responsável, ir buscar e conquistar por mim mesm@. Observei que no mundo dos adultos, o segredo da valorização pessoal, do amor próprio vem de conquistas pessoais, numa postura de adulto, fora da zona de conforto, jamais na proteção dos pais quando tudo é dado de bandeja.
No mundo dos adultos a Lei do Equilíbrio é essencial para relações saudáveis, só o bebé espera amor incondicional.
Infelizmente nem a escola, nem a religião, nem as medicinas ensinam sobre os mecanismos de evolução espiritual da vida, mas assumo a minha arrogância por não querer ouvir quem mos tentou fazer ver e fiz o que tantos ainda fazem; birras, ataques e exigências de atenção e razão durante muito tempo, causando sofrimento desnecessário para todos.
Hoje vejo que vocês são apenas e simples humanos, que também tiveram pais imperfeitos e infâncias complicadas, e tal como eu, também se sentiram vazios e perdidos, sozinhos e rejeitados e quantas vezes se sentiram a crescer incompreendidos, desamparados, não reconhecidos e validados na vossa identidade e diferença, sem o colo, o amor, a segurança e a aceitação que eu vos cobrei durante tanto tempo. Quem sabe se eu tivesse sabido das vossas dores, perceberia o enorme esforço que fizeram para que eu não as vivesse também.
E como me podiam dar o que vocês próprios também não receberam?
Lamento muito perceber que afinal sofreram tanto ou até mais do que eu e consigo até ver que dentro das vossas limitações, me deram o vosso melhor.
Se eu soubesse o que sei hoje, podia ter aprendido tanto com as vossas dores e como evitar ou curar as minhas, pois afinal e por herança, acabei por reconhecer que são as mesmas.
Mas o orgulho e a arrogância, esses terríveis mecanismos de resistência, fecharam o meu coração e não me permitiram reconhecer isso e por isso e por lealdade inconsciente à vossa dor, aprisionei-me à minha.
Lamento muito a inconsciência em que vivi que a todos fez sofrer, assim como lamento também a vossa dor da qual nunca quis saber pois estava preso ao lugar da criança. Mas agradeço à Vida as infinitas oportunidades que me trouxe, para me ajudar a curar e a despertar deste terrível feitiço que é a arrogância e a inconsciência.
– Primeiro a identificar e libertar esses horríveis e inconscientes mecanismos de sobrevivência do ego e em – Segundo, a aprender como aceitar as coisas e as pessoas tal como elas são e a perceber que são muito mais do que papéis dentro de uma família.
Não é nada fácil aceitar a ideia espiritual de que fui eu que vos escolhi e que vocês são os pais e o clã certos para mim, quando vos vi e julguei imperfeitos durante tanto tempo. Mas quando cheguei ao fundo do poço desisti de lutar e foi com a ajuda da terapia e no estudo das leis da vida, que consegui perceber o que isso realmente significa, o que é afinal ver a vida pelas lentes da verdade superior e do amor.
Bendito o dia em que aprendi a ver-vos pela lente do amor, curei a cegueira, as ilusões e expectativas irrealistas a que estava pres@, libertei aquelas pesadas e terríveis emoções e pude finalmente reconectar-me com a vossa energia de amor, tão essencial à saudável fluidez da minha.
Estou hoje muito grat@ por saber que este sofrimento interno em que vivi, ancorado num horrível ego que nada sabe sobre amor, é afinal possível de curar. Basta para isso desistir de lutar, libertar a resistência e aceitar mudar as lentes da visão distorcida e as crenças erradas e limitadoras que nos arrastaram para o fundo do poço. Foi muito libertador perceber que se fui eu que me coloquei lá, cabia-me a mim sair e assim foi como resgatei o meu poder pessoal, o meu amor próprio, a minha coragem de seguir o meu caminho, a minha sensibilidade em assumir as minhas emoções.
Meus Queridos Pais, sinto leveza, alegria e gratidão finalmente e pela primeira vez, ver-vos pela lente do amor, ver-vos como simples ser humanos que aceitaram o compromisso de me trazerem à Vida, reconhecer as vossas melhores intenções para comigo no meio dos vossos próprios limites e circunstâncias tantas vezes difíceis. Aceitar-vos como são e assumir o lugar de Filh@, de receptor da vossa energia, de responsável pela minha própria vida, foi o caminho da cura de todo o peso que senti durante o tempo da escuridão.
Independentemente se nos podemos ou conseguimos abraçar fisicamente ou não, independentemente das boas ou más escolhas que fizeram, vocês são os meus pais e hoje escolho conectar-me com o vosso amor dentro de mim, com a vida que me deram, de reconhecer o amor e a sensibilidade da Mãe assim como a coragem e o espírito de aventura do Pai, de ver-vos como simples humanos a percorrer a vossa vida o melhor que conseguiram e a permitir que ela tenha chegado a mim e isso é quanto basta.
Aprendi a aceitar finalmente que foi um enorme acto de amor e coragem terem aceite trazer-me à Vida e que depois de me terem dado o melhor que que conseguiram, dentro das vossas limitações, esforços e sacrifícios, a minha viagem e escolhas de adulto são agora da minha conta e responsabilidade e por isso liberto-vos com amor e em gratidão para poderem voltar a viver a vossa própria vida e podermos então respeitarmo-nos como adultos, cada um no lugar que lhe corresponde.
Consciente de que sou apenas human@, a fazer o melhor que sei a cada momento, libert@-me de ilusões, idealismos e expectativas irrealistas de esperar de vocês meus Pais, mais do que são e deram e liberto também a ilusão de um dia ser a Mãe ou o Pai perfeit@ para os meus filhos e arriscar ser um dia cobrado, exigido e acusado de imperfeição tal como infelizmente eu fiz com vocês.
Humilde e humanamente, tal como hoje sei que vocês fizeram o melhor que puderam como pais, farei e darei aos meus filhos, apenas o melhor que conseguir, nas condições internas e externas que tiver, na esperança que esses filhos me vejam apenas como human@ que sou, pelos olhos do amor e da verdade de quem eu sou, e me aceitem com as minhas qualidades e defeitos.
Este acto de humildade e reconexão emocional interna com vocês, meus Pais, permite-me finalmente sentir a vida a correr nas veias, religar a sagrada conexão perdida, agradecer por me terem dado a Vida, agradecer a todos os ancestrais e ver como a Vida passou por cada um deles, com as suas dores e alegrias também, até chegar a mim, assim como eu, humildemente e com todo o amor do mundo, a passarei aos meus descendentes.
Vejo finalmente que sou apenas um degrau de uma imensa escada de evolução do nosso clã, onde vieram parar as heranças melhores e piores dos nossos antepassados e das minhas próprias vidas passadas e pelas quais eu sou totalmente responsável em fazer apenas a minha parte.
Tal como numa corrida de testemunho, recebi uma herança do passado e cabe-me a mim um dia passar a minha herança, actualizada, melhorada, no melhor estado possível, ao próximo na linhagem, seja os meus descendentes ou à minha próxima vida.
A cada um eu agradeço o melhor que recebi, todas as bençãos e facilidades, dons e talentos dos quais ainda hoje usufruo. Quanto aos defeitos e desafios, aceito com humildade e lamento a vossa dor e incapacidade de os terem resolvido e aceito humildemente a proposta de fazer a minha parte e contribuir para a cura dessas questões mais complexas do nosso clã.
Sei bem que estou longe da perfeição e que também eu um dia legarei aos meus descendentes assuntos interminados e não superados que, espero muito eles consigam contribuir e fazer a sua parte para melhorá-los.
Só ligad@ aos meus pais e ao meu clã, posso honrar quem sou, de onde venho e para onde vou.
Desligad@ dos pais e do clã, caminhando sozinh@ em formato de orgulho e arrogância ou birra infantil, estou destinad@ a definhar, tal como uma árvore irá secar desligada das suas raízes. Desconectad@ do Pai Céu e da Mãe Terra, ela não viverá.
Nenhuma geração se repete a não ser por inconsciência, cegueira e teimosia. Os tempos são sempre diferentes e trazem sempre oportunidades nunca antes possíveis aos nossos ancestrais. Como diz Bert Hellinger; “Nós somos o sonho dos nossos ancestrais”.
Reconheço e agradeço que é-me possível hoje fazer, conseguir e atingir uma consciência de mim própri@ e uma qualidade de vida não possível aos meus ancestrais e está na minha mão manifestar essa abundância por mim mas também por eles. Eu assumo a escolha de sair da cadeira da criança e da vítima e assumir de forma adulta e responsável o meu lugar adulto na Vida, de aceitar humildemente todas as circunstâncias, encontros e desencontros como heranças karmicas do clã a que pertenço e de as resolver de forma madura e amorosa e assim fazer a minha pequena contribuição para a evolução do clã.
Assumo totalmente as consequências de decidir manter a cadeira da criança, virada para o passado a cobrar os pais e a chorar o que não recebeu ou se a escolho virar para o futuro e de forma adulta abraçar novas experiências e a atingir novos patamares de cura e consciência.
Cabe a cada geração a enorme responsabilidade sobre estes dois movimentos essenciais;
1º o movimento de reconhecer e aceitar o que foi legado pelos seus ancestrais. Sejam qualidades e dons maravilhosos, sejam traumas e dores abafadas. Recebemos o que foi possível de acordo com as limitações do pais e do nosso próprio karma pessoal.
2º movimento implica que depois, e só depois!, de aceitar e reconhecer o primeiro movimento, potenciar e desenvolver novas qualidades e talentos e curar, transformar e libertar os velhos traumas e dores abafadas.
Um movimento depende do outro, os dois são essenciais para que a vida flua e faça sentido e seja vivida com consciência, amor e orgulho pessoal na própria história.
Percebo hoje a gigante responsabilidade perante a Vida e o inteligente processo de evolução espiritual e familiar do próprio clã pois se nada fizer para potenciar os meus talentos ou para curar as minhas dores, irei desperdiçar a minha vida e legar aos meus descendentes, epigeneticamente, as dores não curadas, condicionando as novas gerações a repetir padrões, a curar o que não curei e a gerar mais karma e frustração para mim mesm@.
Agradeço muito à Vida por tantas e das mais variadas e curiosas maneiras me ajudar a despertar para a magia e inteligência da vida e me ajudar a perceber o quanto o meu ego tem o poder de me desconectar da minha alma e me fazer viver num inferno permanente.
Agradeço à Vida a consciência da inteligência cósmica, o poder de fazer as pazes com a vida, de perceber o papel dos meus pais e integrá-los no meu coração e de tomar consciência dos meus padrões positivos e negativos, pois só assim consigo assumir e cumprir o meu lugar como adulto saudável dentro do meu clã.
Tal como tantos viveram antes de mim, herdei e nasci com crenças limitadoras que me fizeram acreditar que a vida é injusta, que as pessoas são más, que Deus não existe, que somos vítimas de injustas pessoas e circunstâncias e que alguém um dia nos virá salvar. A infantil e narcísica postura de “Todos me devem e ninguém me paga.”
Sofri muito à conta dessa ignorância espiritual, pres@ a essas ideias distorcidas, falsas e erradas sobre a vida, que mais não fizeram do que condicionar a minha mente e fazer-me acreditar num ideal absurdo de que eu estou cert@ e sou perfeit@, que se tudo fosse diferente e os outros fossem o que eu queria, eu seria feliz. É triste e assustador reconhecer o quanto a mente indisciplinada, consegue ser diabólica e me levar ao inferno de forma tão fácil.
Bem haja ao dia, ao livro, à mensagem, ao curso, ao filme, à pessoa, à terapia, à experiência, ao estudo das leis do universo, à esperança que um dia permitiu entrar um rasgo de Luz e começar a aceitar que afinal a vida é maravilhosa, que tudo tem um sentido, uma razão de ser, em todos os encontros e circunstâncias, um propósito maior, um invisível mas inteligente projeto de evolução pessoal e espiritual a acontecer numa máquina Cósmica com leis justas e amorosas, a cada momento da minha vida e que está na minha mão alinhar-me com essas Leis e usar o poder criativo de decidir como vivê-la.
A partir dessa nova e real lente cósmica, não irei mais precisar de julgar, não irei mais alimentar a sensação de injustiça ou de ser vítima das circunstâncias, pois finalmente aceito que tudo é como tem que ser. Não irei mais cobrar nada a ninguém, não me irei mais iludir tão facilmente ou sequer exigir de ninguém seja o que for pois agora sei que me cabe apenas a mim a responsabilidade de cuidar de mim e de cumprir o meu propósito.
A partir dessa lente cósmica, aprendi que o meu coração é a minha bússola, que a minha coragem é o meu motor e que a minha felicidade e autonomia são o meu objetivo. Ao percorrer este novo caminho no lugar do adulto, será possível e pela primeira vez, de forma honesta e verdadeira, agradecer às pessoas e experiência positivas e negativas, as oportunidades que me trouxeram, de me superar a mim mesm@, de transformar os meus padrões tóxicos e limitadores e de me reconectar com a minha essência.
Com as lentes do amor consigo finalmente ver-vos queridos Pais, como simples humanos que corajosamente aceitaram trazer-me à vida e que dentro das vossas limitações, dores e traumas, fizeram o vosso melhor para me preparar para esta tarefa de ser eu própri@.
Quem sou eu para julgar as vossas escolhas e decisões se eu nunca estive no vosso lugar? Mas hoje sei que o que é vosso fica com vocês e o que é meu eu levo comigo. Vocês colherão consequências das vossas escolhas e eu apenas devo focar-me nas minhas. Por isso mesmo que eu vos tenha visto como os melhores ou piores pais do mundo, deram-me o mais importante que foi a própria Vida e o resto eu assumo por mim.
Espero que estas palavras te tenham feito ressonância pois é sinal que o teu coração está aberto e preparado para viver a magia da vida e aceitar viveres com amor o teu lugar na vida.
Se foi difícil ler o texto, se ainda há resistência na aceitação dos pais, se ainda não consegues ainda ver os teus pais pela lente do amor, deixo-te a esperança pois é possível, através da terapia de vê-los pela lente do amor.
Apenas lembra que a chave dessa porta está dentro de ti e por isso e infelizmente, nada ou ninguém alguma vez poderá fazer esse trabalho por ti. Se queres perceber melhor este trabalho com os Pais, conhecer a tua história Karmica, a tua missão, os teus padrões nesta vida, envia email para veraluz@veraluz.pt ou liga 967988990 para marcares a tua consulta.
Vera Luz
Para saberes mais sobre o trabalho do Bert Hellinger, segue o link abaixo;
Image by osman fırat from Pixabay