O Karma não se limpa; Transmuta-se

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Não é raro encontrar pessoas na net à procura de pessoas ou terapeutas que façam o trabalho de “limpar o Karma”.

O karma não se limpa, compreende-se, aceita-se e transmuta-se! E sim, por esta ordem. 

O conceito de Karma fala em ação, escolha, a forma como colocamos a energia em movimento. 

Estas escolhas irão gerar consequências ou efeitos que devido às condicionantes do tempo e do espaço, são certas, mas não são imediatas. 

Segundo a Lei Hermética, a consequência ou efeito, é sempre proporcional em qualidade e quantidade, à escolha ou causa. Por isso a Lei do Karma é também chamada de Justiça Divina.

 Diz um princípio da Lei do Karma; Somos livres de escolher, mas prisioneiros da colheita.  

Tal como um Boomerang, o que vai, volta.
O que é plantado floresce.

A Lei do Karma é também chamada a Lei do Retorno, pois a consequência jamais poderá ser evitada ou recebida por outra pessoa, mas sim e apenas ao próprio que causou a escolha.

A Lei do Karma está associada com o Tempo. Não o tempo Chronos do nosso calendário, mas sim o Tempo Kairós que fala de eternidade, do tempo dos Deuses, dos tempos certos para as coisas e do tempo que alma leva a voltar a casa.

Ou seja, o Karma não é apenas o que nos acontece (efeito) mas sim o que fizemos antes  (causa) que gerou o efeito.

Sem percebermos bem o princípio da roda do Karma; Causa & Efeito, caímos na tentação e ilusão de separar a causa do efeito. Esta separação inconsciente irá gerar caos a todos os níveis e aprisionar-nos aos sentimentos de injustiça e vítima desnecessariamente.

Mas qual a intenção da Lei do Karma?
O que é suposto aprender com essa roda de escolhas e consequências?

  • É suposto aprendermos sobre nós próprios. As consequências das nossas escolhas revelam a vibração em que estamos. No outro vemo-nos a nós, nas velhas escolhas que fizemos e na oportunidade de novas escolhas.
  • É suposto descobrirmos que há escolhas que geram amor, abundância, liberdade, luz e consciência. Mas também há escolhas que geram medo, insegurança, desequilíbrio, prisões, vazio. A consciência desses resultados é o que nos faz crescer, amadurecer, aprender a escolher cada vez melhor.
  • É suposto aprendermos sobre responsabilidade pessoal sobre todas as escolhas que fizemos no passado, fazemos no presente e faremos no futuro. Aprendermos a ver a nossa vida como o palco das consequências passadas e de escolhas de futuro e não como vítimas injustas de pessoas e circunstâncias más.
  • É suposto aprendermos sobre amor próprio quando percebemos que procurar o amor no outro gerou dor e que só as escolhas responsáveis, maduras, corajosas e conscientes podem devolver amor próprio.
  • É suposto alinharmo-nos com a Ordem Maior ou Inteligência Cósmica que leva a cada um apenas o que é seu. Precisamos aprender a LER a realidade e não a julgá-la ou idealizá-la infantilmente.
  • É suposto curarmos ilusão do sentimento de injustiça e vitimização que nos impedem de evoluir e aprendermos a aceitar que temos à nossa volta, através de eventos e pessoas, os resultados de velhas escolhas que fizemos.
  • É suposto rendermo-nos à ideia de que se queremos o efeito de viver em amor, paz e abundância, teremos que ser os causadores dessas energias.

Até nos rendermos à realidade desta inteligente força, vivemos inconscientes da mesma, sem percebermos que as nossas maiores dores, vêm da ilusão de separarmos Causa & Efeito.

Por exemplo, a maior parte de nós faz escolhas sem pensar no efeito das mesmas. Não consideramos que o que estamos a escolher um dia irá voltar a nós com a mesma qualidade e intensidade. 

Se assim fosse não haveria violência, maldade, manipulação, mentira, abuso, desrespeito, pois saberíamos que um dia seríamos alvo dessas expressões.

Partimos sempre do princípio que as nossas escolhas são válidas, certas, justificáveis, sem considerar que à luz do processo de consciência e evolução pessoal, certas escolhas são de facto negativas e irão gerar consequências dolorosas. 

Quando falo em más escolhas não estou apenas a falar em matar, roubar, violentar. Sim, essas causam Karmas terríveis e difíceis de libertar. 

Estou a falar de escolhas inocentes como procurar o amor no outro, abdicar de carreira para ficar com os filhos em casa, viver para ajudar os outros mesmo prejudicando-se a si mesmo, ganhar mais a qualquer custo, fazer sacrifícios para agradar alguém, manter relações tóxicas apenas porque são família, manter casamentos por causa dos filhos, delegar a responsabilidade financeira em alguém, apegos familiares que impedem o próprio de ser livre.

Estes e muitos outros exemplos são comuns, aceitáveis socialmente, vemos-los até representados como normais em filmes e notícias. Mas a verdade é que qualquer uma dessas escolhas irá gerar consequências negativas.

E porquê?
Porque nenhuma delas está a respeitar o princípio da responsabilidade pessoal, da consciência pessoal, do equilíbrio pessoal, da evolução pessoal, da liberdade pessoal.

Enquanto o ego toma conta da nossa vida, procuramos preencher o vazio em tudo o que está fora, sejam pessoas, circunstâncias, eventos, coisas.

Quando a alma dirige a nossa vida, procuramos dentro, pacificando-nos com o nosso passado, com os pais e vida que escolhemos, com as más escolhas e respectivas consequências que fizemos, com as nossas emoções e principalmente com a nossa diabólica mente.

Temos então os que ainda vivem inconscientes desta lei, os que fazem más escolhas sem qualquer hesitação ou consciência, os que ainda vivem desalinhados com os princípios espirituais da alma e estão ainda presos às ilusões e dinâmicas tóxicas do apego, ilusão e dependência. Por não saberem que as escolhas têm consequências, os que ainda fazem más escolhas são aqueles que depois se queixam de injustiça e se vitimizam quando as consequências aparecem.

Depois temos os que já despertaram do sono do ego e começaram a aprender sobre as leis espirituais do Universo, são aqueles que já se renderam à inteligência da máquina cósmica e alinham as suas escolhas com o plano da alma. São aqueles que sabem que num Universo de amor, não existe injustiça mas sim e apenas crescimento e evolução através das consequências das próprias escolhas. São aqueles que já aprenderam que a vitimização é uma perda de tempo e a dirigir a atenção para dentro aprenderam a valorizar o silêncio, a solitude, a paz interior, a confiança, o equilíbrio, o amor próprio.

Isto tudo para dizer;
O karma não se limpa, compreende-se, aceita-se e transmuta-se! E sim, por esta ordem.

1º – Compreender. Reconhecer que tudo o que dói, tudo o que é desconfortável, tudo o que é tóxico, tudo o que foi e é ainda difícil, as pessoas e circunstâncias desafiantes, são a consequência presente de causas passadas. Lembrar que nada vem a nós que não seja nosso e fugir ou evitar é prolongar o problema.
Olha para a pessoa ou circunstância difícil e afirma;
– Eu um dia já estive naquele lugar. Eu um dia faz escolhas que geraram esta consequência. Algures no passado vivi sem a consciência que tenho hoje e causei peso, dor, dificuldade a alguém que agora retorna à minha vida para que eu possa me responsabilizar por esse passado. Acusar, julgar, vitimizar ou sentir injustiça, só atrasa o processo.

2º – Aceitar. Aceitar com humildade a força da Lei do Karma. Disciplinar as emoções negativas, tendência a culpar o outro, sentimento de injustiça. Procurar na oração, alívio, limpeza, cura sempre com a humildade de que fomos nós os causadores da nossa própria dor. Aceitar que carregamos em nós, mais ou menos conscientes, as mesmas energias que vemos no outro ou no desafio.
Olha para a pessoa ou circunstância difícil e afirma;
– Eu aceito que o desafio ou pessoa difícil que veio à minha vida é um espelho do meu passado, uma oportunidade de integrar uma sombra minha que não conhecia. Eu agradeço a oportunidade de saber mais sobre mim mesm@ e de evoluir através destas circunstâncias. 

3º – Transmutar. Transformar essas velhas sombras em novos padrões que agora iremos abrir, novas escolhas e causas que irão também elas gerar efeitos e consequências no futuro. Libertar formatos negativos de abordar o velho problema e aproveitar a oportunidade para gerar luz, compaixão, paciência, tolerância, amor incondicional.
Olha para a pessoa ou circunstância difícil e afirma;
– Eu reconheço através do outro que as escolhas que fiz no passado não foram positivas, não geraram luz, amor ou liberdade. Por isso eu me perdoo e liberto pois tenho hoje a oportunidade de fazer diferente, de escolher o amor, a luz e a liberdade. 

Sem reconhecermos as prisões e dinâmicas tóxicas que trouxemos do passado não estamos livres para seguir viagem e as chaves que libertam esse passado são a consciência e o amor. 

Se queres perceber melhor a tua pessoa, a tua história Karmica, a tua missão, o teu momento actual, desafios passados e oportunidades presentes, envia email para veraluz@veraluz.pt ou ou encaminha para alguém que precise de ajuda.

Mais informações consulta https://linktr.ee/veraluz_

Bem hajas e até já!

Vera Luz

Imagem de Tep Ro por Pixabay

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