O critério do livre arbítrio

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Tenho sido testemunha de milhares de histórias que, embora diferentes, têm tanto de idêntico entre si. Os 12 arquétipos astrológicos mostram bem como as propostas ou áreas de vida em que a nossa evolução se desenrola são as mesmas para todos nós.

Mais importante do que percebermos as histórias que terão contornos karmicos únicos e diferentes para cada um de nós, é analisar como cada um de nós lida com essas mesmas áreas de vida. Ou seja, o estado ou frequência da nossa energia irá ditar o que iremos criar e como iremos responder aos desafios diários. Para percebermos então o estado da nossa energia, precisamos ir questionar quem somos, quem já éramos antes de cá chegarmos, que plano trouxemos para a vida presente e qual o propósito da nossa viagem tanto a curto como a longo prazo.

Sem estas bases, ficamos sem critério de escolha. Claro que a maior parte de nós já tem alguma consciência de escolher pelo bem, pelo amor, pelo que faz bem e pelo que é correto, mas a questão é ainda mais profunda. Tenho observado muitos a acreditarem que estão a escolher o que acreditam estar certo quando na verdade, à luz da sua proposta karmica, é o caminho oposto do plano que trazem.

Como saber isso então? Como distinguir o que está certo ou errado e faz ou não sentido no nosso caminho?

Precisamos antes de mais de perceber que estamos a lidar com duas agendas internas; a agenda espiritual e a agenda social. O plano do espírito e o plano da personalidade. As necessidades do corpo e as necessidades da alma. A nossa cultura e educação tanto social como espiritual, sempre deu mais importância à agenda social, ao plano da personalidade e às necessidades do corpo. Logo, a agenda espiritual, o plano do espírito e as necessidades da alma não só passaram para segundo plano, como na maior parte o observo mesmo inconsciente.

Precisamente porque ninguém nos ensinou que ambos têm a mesma importância, vivemos inconscientemente presos ao mundo exterior, desconectados do mundo interior. Por isso, a maior parte das pessoas que chegam à consultas, relatam terem passado a vida a tentar ser para os outros a boa pessoa, a pessoa correta, o amigo e apoio, o que dá e não pede, o que ajuda e está sempre disponível e todos trazem uma enorme frustração de não receberem dos outros o mesmo bem. Ou seja, há ainda muito pouca consciência da responsabilidade pessoal, antes de mais, sobre a nossa própria energia e por isso mesmo é-nos mais fácil ocuparmo-nos da energia dos outros.

A Espiritualidade é a proposta de resgate das necessidades do espírito, é a capacidade de cumprir a agenda espiritual tão bem descodificada na Astrologia e Numerologia, é o retorno ao mundo interior e à responsabilidade pelo equilíbrio pessoal. Donos e senhores das nossas escolhas passamos a ser donos e senhores das consequências e dessa maneira a maturidade é um processo natural. Conscientes de ambas as agendas, só nós poderemos decidir a cada momento a escolha ou decisão que honre esse mesmo equilíbrio.

Como revermos se estamos ou não no bom caminho?

Procura onde ainda na tua vida ou no teu discurso sobrevive e é alimentado o julgamento, a culpa (a ti próprio ou aos outros), a vitimização, a projeção, a crença na sorte e no azar, a ideia de castigo ou sacrifício e a exagerada modéstia.
Ou seja, onde nos perdemos nas interações sociais da personalidade e fomos incapazes de integrar esses eventos na nossa história espiritual.

Mais cedo ou mais tarde teremos que nos render à nossa polaridade. Não teremos sucesso social ou equilíbrio espiritual enquanto ambas as partes não viverem em acordo e em respeito uma pela outra por isso deixo o convite a que cada um procure caminhos, maneiras e ferramentas que tragam essa consciência ao de cima e permitam a tão ansiada harmonização e integração das partes.

Bem hajas!
Vera Luz

 

Imagem de Gerd Altmann por Pixabay

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