Um dia, há muito tempo atrás, já esquecido dentro de nós, fizemos “algo” a alguém, ou seja, plantámos uma semente Karmica.
Muito tempo passa entre o plantio da semente e o fruto maduro pronto a ser degustado. Assim é também com o “algo” que fizemos a alguém.
Há que respeitar o tempo certo do despertar da semente, do desabrochar da planta, do fortalecimento do tronco, do despertar das folhas, para finalmente provar o fruto. Assim também é com o “algo” que fizemos a alguém.
Chega o dia da colheita. O dia em que finalmente iremos provar o nosso fruto e o primeiro em que iremos finalmente poder analisar se a semente que plantámos tinha qualidade ou não. Assim também é com o “algo” que fizemos a alguém.
Se a semente tinha qualidade quando a plantámos, o fruto irá ser doce e saboroso e irá dar-nos energia e inspiração para que plantemos ainda mais e melhores frutos.
Se a semente não tinha qualidade iremos torcer a cara com a acidez e amargues do fruto e fazer questão de não mais usar aquelas sementes.
Tal como na natureza se plantarmos batatas provaremos batatas e se plantámos morangos iremos provar morangos.
Todos nós já plantámos muitas sementes. Aliás consciente ou inconscientemente, estamos em permanente plantio e colheita e tal como de todas as sementes passadas andamos a colher o respectivos frutos, de todas a sementes plantadas hoje iremos um dia também provar o respectivo fruto.
O principio da responsabilização Karmica começa quando humildemente aceitamos que TODOS os frutos que nos foram e são dados a provar ao longo da nossa vida, foram plantados por nós algures num tempo passado que levou o seu tempo natural de maturação.
Não existe na natureza o conceito de bom/mau, culpa, castigo, penalização, pecado ou punição. Existe apenas a semente e respectivo sabor agradável ou desagradável.
Sem a prova do fruto como poderemos escolher que sementes plantar?
Como co-criadores da nossa realidade, em permanente exercício do nosso livre arbítrio, mais ou menos conscientes, decidimos através do que plantamos, o que queremos provar.
Quando nos responsabilizamos de ter co-criado algo negativo, ganhamos finalmente a liberdade de podermos co-criar o positivo.
Abençoemos então os que vêm à nossa vida com cestos cheios de frutas doces das belas sementes que um dia já plantámos.
Aos que nos vêm entregar o cesto da nossa própria fruta amarga, aceitemos humildemente a colheita podre, choremos a pobre escolha e não voltemos a usar essas sementes ..
Bem Hajam!
Vera Luz
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