Todo o ser humano aspira à felicidade e bem-estar interior.
Há sem dúvida infinitas versões diferentes de felicidade e bem-estar interior, e todo o esforço do ser humano, esconde a vontade de atingir esse estado.
Uns acreditam que será através do poder financeiro. Outros na realização de uma família, outros na superação física de um qualquer desporto, outros a escrever livros, ou seja, cada um de nós irá procurar esse tão ansiado estado, nas mais variadas experiências, conforme os seus valores, cultura e crenças.
Mas como pode o ser humano desejar algo que a maior parte nunca viveu?
Como podemos ansiar por um estado de plenitude que a condição humana torna practicamente impossível de atingir?
Como podemos desejar tanto algo que não conhecemos nas nossas vidas nem nas vidas à nossa volta?
Não nos faz sentido por exemplo, sentirmos anseio por comer um fruto que nunca provámos pois só ansiamos pelo que conhecemos, verdade?
Então como explicar essa tão forte crença em todos nós de que “um dia” vou ser feliz e atingir esse estado de paz interior…?
Porque nós já somos a Unidade. Todos carregamos essa essência no nosso espírito do nosso estado original de equilíbrio e plenitude. Tal como a Unidade se vem experienciar nas partes, nós já somos a luz na experiência duas suas cores. Na proposta de experiência terrena, onde somos convidados a experienciar a dualidade separadamente, esse estado de harmonia divide-se temporariamente tal como a luz se divida nas cores.
As 3 dimensões servem para experimentar as partes e através delas reconstruir o Todo. Ou seja, somos o arco-íris a perceber que afinal a sua essência é a luz branca. Porque acabamos por perder a consciência do Todo e passamos a identificarmo-nos tanto com a forma, passamos a acreditar nela e a senti-la como a nossa realidade.
Até reconhecermos que já somos a luz, o tão doloroso e desconfortável vazio leva-nos a uma busca constante pelo preenchimento do mesmo precisamente porque “sabemos” que é possível preenchê-lo. Se não tivéssemos essa memória da plenitude, não sofreríamos e aceitaríamos a nossa condição tal como o animal vive conformado com a sua.
Mas é precisamente porque nos dói, que o vamos TENTAR preencher de todas as maneiras. Comida, drogas, álcool, tralhas, dinheiro, poder, ilusão, enfim, tudo serve para mascarar aquele tão desconfortável vazio.
Levamos muito tempo na nossa evolução até percebermos que todo a tentativa de preenchimento exterior vem armadilhada. Só através da constante desilusão de procurarmos o preenchimento da alma no mundo material é que despertamos para o mundo interior. Só quando o ter é substituído pelo SER começa na realidade a nossa viagem de volta à Unidade.
A partir do momento em que damos o mergulho interior e nos rendemos às dinâmicas invisíveis e energéticas da vida, podemos começar a entender as leis cósmicas, aprender a ler sinais, a perceber sincronias e a juntar os pontos do que é afinal o propósito da nossa alma.
É a partir de dentro, com os olhos da alma que percebemos a lenta e invisível escada rolante que vai cumprindo a sua pré-programada e inteligente rota, que quer queiramos quer não, nos irá levar de volta à Unidade. A partir de dentro, aprendemos a aceitar o nosso vazio sabendo que ele é apenas uma ilusão e que irá ser preenchido quando voltarmos a casa.
A partir desta visão interior, deixa de haver ansiedade, luta ou controle pois sabemos que nenhuma dessas batalhas nos trará a felicidade ou plenitude. Nasce então a consciência de que nós JÁ SOMOS A UNIDADE. Nós JÁ SOMOS PLENOS, nós JÁ SOMOS LUZ e que é na dualidade que nos propusemos lembrar e experienciar isso mesmo.
Bem hajam!
Vera Luz
Imagem de Gerd Altmann por Pixabay
1 comentário
Grata!