Como é o Tempo para ti?
Linear, sempre a direito em linha recta, passado atrás, presente agora e futuro à frente?
Ou
Cíclico, anda à roda, revisita sempre as mesmas dinâmicas, é um eterno retorno aos mesmos temas em espiral evolutiva?
Por observação ao longo dos anos a trabalhar com a hipnoterapia e o tempo, a infância, as vidas passadas e até o espaço entre vidas onde o tempo não existe, reparei que a maioria de nós, eu incluída há muitos anos atrás, vê o tempo como uma linha recta; passado, presente e futuro.
Não é raro por isso ouvir as pessoas a dizer;
– Não vale a pena falar no passado que já lá vai
– Não quero reabrir feridas que levei tempo a tapar
– O passado está enterrado, quero é andar para a frente
– Porque temos que falar na infância que foi tão difícil?
– Por favor não vamos falar nos meus pais que é um tema passado e muito doloroso
Estas e outras pérolas do mundo da terapia são apenas alguns exemplos do que quase todos nós já sentimos e verbalizámos algures no tempo.
A crença no tempo linear faz-nos acreditar em ditados como; “O tempo cura”, ilude-nos na sensação de quanto mais andarmos para o futuro, mais longe estamos do passado e do problema. Mas porque é uma fuga e não uma solução, aprisiona-nos à vibração que rejeitamos e julgamos e responsabiliza-nos pelo trabalho de cura que algures terá que ser feito a todos os eventos da nossa vida.
Mas já os antigos sábios falavam no tempo cíclico, na vida e na morte como uma mesma viagem, na roda do Karma, na ideia de que o princípio assinala um fim e um fim assinala um princípio. Basta olhar para a dança do Sol e da Lua e percebemos que o nasce e por do Sol são uma ilusão pois é um ciclo permanente. O tempo cíclico faz-nos reviver velhos caminhos, velhos estados de espírito, velhos formatos de relação, velhos padrões de comportamento com a intenção da evolução. Ou seja, a roda é na verdade uma espiral ascendente, que nos leva de volta aos velhos dramas, padrões, pessoas e experiências mas, revisitados de uma perspectiva superior, mais alargada, mais madura, mais sábia e tolerante, com a intenção de levarmos a esses velhos eventos, a visão do amor e da cura. Sem essa pacificação, não é possível a libertação ou a ascenção da espiral. Ou seja, a resistência será a nossa pior inimiga pois irá aprisionar-nos numa roda sem possibilidade de evoluir.
– Qual dos dois Tempos te fazem mais sentido?
– Qual dos dois aplicas na tua vida?
– Qual dos dois observas como fenómeno real na tua realidade?
A resposta é que ambos são válidos e cada um defendido por filósofos, cientistas e pensadores, com os seus respectivos e válidos argumentos.
É importante lembrar que embora ambos sejam válidos, é com a mente que analisamos e observamos os eventos ao longo da linha linear do aqui e agora, é com ela que nos lembramos do passado ou até criamos planos de futuro. Mas é à Alma que compete ver esses eventos pela lei Divina, aplicar as leis que trouxeram essas experiências até nós e retirar as grandes lições que elas escondem para a nossa evolução.
Sem a visão da Alma, sem a visão espiritual e o contexto Karmico, sem o critério de experiências assinaladas no mapa astrológico de nascimento, sem as leis da vida, a mente por si só, jamais chegará à cura e integração das experiências e por isso a Psicologia não tem os resultados positivos que poderia ter se abrisse espaço para as antigas sabedorias.
O corpo vive na realidade tridimensional da nossa mente/ego, no previsível e concreto tempo Kronos, sempre atarefado a cumprir um qualquer relógio no aqui e agora. A mente consegue ver a linha recta, está presa ao antes e depois, ao passado, presente e futuro assinalados no calendário, e vive a vida como viagem horizontal, em linha direita, do nascimento até à morte.
A Alma vive no abstracto e espiritual tempo Kairos, aquele regido pelas leis de Deus que a cada um leva, no tempo certo, as propostas de crescimento através das dinâmicas Karmicas, seja nesta vida ou noutra. A Alma é o convite à maturidade emocional, às aprendizagens interiores. A Alma vibra no relógio da eternidade fora do mundo 3D, usando os ciclos da espiral com a intenção de evolução, tanto depois da vida como depois da morte, revisitando sempre as velhas experiências até que se ilumine e as veja pelo olho do amor.
A desafiante proposta é que obviamente ambas tenham lugar na nossa vida, e principalmente, que ambas se interliguem harmoniosamente.
A intensidade e diversidade do mundo material e as suas infinitas tentações, ilusões e distorções, tendem a aprisionar-nos na visão tridimensional da mente que não leva em conta os fios invisíveis das leis Divinas.
Por exemplo, quando nos aprisionamos a experiências do passado difíceis, ficamos a chorar as perdas e dores, tendemos a condicionar o nosso presente e até futuro pois não só sentimo-nos presos a esse passado como se de uma âncora se tratasse, como ansiamos pelo futuro para fugir dessas experiências
Mas pela visão cíclica da espiral evolutiva, não há fuga possível pois já sabemos que os ciclos nos levarão de volta à fonte do problema, ao local do “crime” e onde nos convidam a revisitar as velhas dores com uma perspectiva mais madura e responsável com a intenção de cura e libertação.
Diz um princípio: Não libertamos o que não amamos.
Sempre que excluímos, julgamos, condenamos, criticamos negativamente, estamos no polo oposto do amor, estamos a criar resistência.
Por respeito às Leis do Amor, a Alma vai segurar o que o ego insiste em separar e por isso tendemos a repetir padrões, a atrair pessoas iguais àquelas que julgámos e de quem tanto queríamos fugir.
A roda cíclica obriga-nos então a percorrer velhos caminhos, a cansar as velhas resistências, a ver as questões por outras perspectivas até que haja espaço de aceitação, de compreensão e de integração pois sem isso não estaremos livres para evoluir.
Sem a roda cíclica, cairíamos na ilusão do tempo linear, usando o tempo e o espaço da 3D para evitar ou fugir de tudo o que nos dói. Infelizmente a ingenuidade sobre este tema ainda nos leva a cair nessa tentação.
Por isso deixo mais algumas questões;
– Que dores do passado ainda não fechaste?
– Que relações ainda não libertaste?
– Ainda há emoções fortes relacionadas com o Pai e a Mãe?
– Já observaste o fenómeno do tempo cíclico a trazer-te “mais do mesmo”?
– A quem ou quê ainda te sentes pres@, ainda culpas, ainda projectas a tua dor?
– Com quem ainda não estás em paz interior?
Os mapa astrológico e numerológico mostram estas dinâmicas todas, quais são as áreas onde a Alma se aprisionou, onde seremos chamados a voltar para curar algo que não ficou curado, qual o nosso “lugar do crime”?
Se queres perceber melhor a tua pessoa, a tua história Karmica, a tua missão, o teu momento actual, desafios passados e oportunidades presentes, envia email para veraluz@veraluz.pt ou ou encaminha para alguém que precise de ajuda.
Bem hajas e até já!
Vera Luz
Imagem de Willgard Krause por Pixabay️