Todos conhecemos a viagem da Borboleta desde o seu estado de crisálida até ao mais belo e colorido voo, certo?
Se a Borboleta pudesse falar acredito que nos contaria que a viagem até ali não foi fácil mas de facto, valeu a pena.
As suas belas e coloridas asas e a capacidade de voar valerem tudo, todos os esforços e todas as dores.
Mas ao contrário da Borboleta que ‘sabe’ que este processo faz parte da sua existência, o nosso ego condiciona-nos a resistir ao nosso processo de transformação apoiado pela alma e que é em tudo idêntico ao da Borboleta.
Ao contrário da Borboleta que se permite e vai cooperando com os estágios seguintes até ter as suas asas, nós fazemos a força oposta, criamos resistência, lutamos contra e pior do que isso, paramos a meio a vitimizarmo-nos das dores sentidas deixando até de acreditar que as asas existem.
A Borboleta também tem dores e o processo também lhe é desconfortável, mas mais inteligente do que nós ‘sabe’ que quanto mais depressa o fizer mais depressa voará.
Nós, ou melhor o nosso ego, faz-nos acreditar que não somos capazes, que o voo não existe ou é possível porque tem um único objectivo; manter-nos no estado de larva….
Será a nossa alma que não irá desistir de nos lembrar continuamente que as asas de facto existem e o voo de facto é possível
Tal como a Borboleta, é um processo pessoal, individual e profundo que ninguém poderá fazer por nós.
E ao contrário da Borboleta que tem o seu curto tempo de vida, nós temos a eternidade para chegar ao dia do voo.
O Universo não tem pressa….
Por isso, qualquer que seja o estado em que estejas, ficarás nele o tempo que quiseres … até que te canses .. até voltes a acreditar que tens asas próprias e que terás que dar o salto para as testares…
… e lembra que, caso tenhas esquecido que tens asas, caso tenhas temporáriamente esquecido que és capaz de voar, cada um está ocupado com a sua própria viagem rumo às suas próprias asas e que nada poderá fazer pelas tuas a não ser voar à tua volta e inspirar-te a voar…
Vera Luz
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