Artigo publicado na revista online Portugal Holístico Abre a revista aqui
O amor está na moda.
Não o Amor com “A” grande obviamente que é Divino, permanente e eterno mas sim o termo, a palavra e a expressão do amor aqui na Terra, nas apertadas 3 dimensões.
Andemos duas ou três gerações para trás e iremos encontrar o amor sub valorizado, apenas intensificado nos momentos mais românticos, muito mais tolerado na expressão feminina do que na masculina e que se ia manifestando cada vez menos e perdendo valor e importância com o passar da idade.
Tanto em termos românticos como mesmo entre pais e filhos, a expressão de amor era quase vista como um acto de fraqueza, insegurança, desequilíbrio, que tendíamos a reprimir e a projectar nas pessoas mais fracas, carentes ou desequilibradas.
Os anos 60 e as suas maravilhosas propostas de liberdade e de abertura para uma Nova Era vieram mudar tudo.
Nunca antes se falou tanto, valorizou tanto e se expressou tanto o amor, nas suas infinitas demonstrações possíveis.
Tanto a nível pessoal, interior e profundo como exterior e social, pois as redes sociais permitem que o façamos mais confortavelmente por trás dos écrans, o amor hoje em dia está na boca do mundo.
Hoje estamos a aprender a valorizar a expressão do amor das mais variadas maneiras; por qualquer ser humano, pelos animais, pela natureza, por nós próprios, pela própria Vida.
Um dos grandes saltos quânticos da Nova Era é sem dúvida a expressão do amor nas suas infinitas possibilidades mas principalmente no conceito de amor próprio.
Ou seja, se antes o conceito de amor ou valor estava muito preso ao TER, hoje sem dúvida o termo SER renasceu!
Durante séculos a noção de amor estava presa ao conceito a dois. Ou seja, ou era vivido romanticamente ou era vivido entre pais e filhos.
Quanto ao valor que anda de mão dada com o amor, infelizmente o vemos até hoje preso maioritariamente ao conceito de ter e por isso a desvalorização pessoal interior ainda gera tanta dor e frustração.
Amor próprio era um conceito subvalorizado e até algo inconsciente por duas razões principais;
– Socialmente a energia era e ainda hoje é investida maioritariamente nos papéis sociais, familiares e profissionais que representamos, na aceitação e manutenção dos mesmos.
– Religiosamente a energia era investida não em nós mas sim no outro como nos ensinava a filosofia do Ocidente que garantia a nossa salvação.
Ou seja, expressões de amor eram toleradas em artistas, crianças, escritores, poetas, músicos e jovens fogosos ainda “sem controle” sobre as suas emoções mas pelo contrário bastante reprimidas nos meios sociais e familiares mais conservadores e tradicionalistas.
Amor próprio era um conceito quase desconhecido.
Há não muito tempo atrás, a capa era mais importante do que o livro. O rótulo mais impressionante do que o conteúdo. A roupa e o título mais importante do que o mundo interior. A imagem mais poderosa do que a essência. Ou como Carl Jung lhe chamou; a Persona.
A Nova Era vem finalmente inverter esta distorção de crenças e valores que impediam a livre expressão do amor.
Desde os anos 60 que certas configurações astrológicas nos estão a dar oportunidades maravilhosas de corrigir estes desequilíbrios que durante séculos nos fizeram acreditar que era mais importante o exterior do que o interior. O TER do que o SER.
O tempo da essência chegou finalmente mas com a liberdade, vem sempre a responsabilidade.
Cada um de nós, principalmente os que já apanharam os anos 60 mas também as gerações seguintes, estamos a viver uma Era riquíssima de transição.
Somos as gerações que ainda trazem a energia velha para queimar os últimos cartuchos da resistência mas também quem vem abrir caminho para a energia nova e isso implica mudanças radicais e até dolorosas ao longo das nossas vidas.
Trazemos connosco a responsabilidade de mudar não apenas comportamentos e resgates pessoais mas de fechar padrões e encerrar ciclos karmicos sociais de longa data que já não têm como sobreviver na Era do Amor ou no mundo que queremos criar.
Trazemos a vontade de liberdade mas ainda nascemos prisioneiros dos conservadorismos do passado. Temos em nós a doença mas também somos a cura.
Por isso muitos sentem a encarnação presente como uma violência que parece sem sentido mas que obviamente não só o tem como futuras gerações nos irão agradecer o trabalho e investimento que estamos a fazer.
Para criarmos um novo paradigma precisamos antes de mais nada de parar de alimentar o velho.
Precisamos observar e sentir o que não mais faz sentido. O que continua a recriar dor e perda e inteligentemente e com muita compaixão, deixar ir esses velhos gatilhos que hoje já sabemos que nada têm de qualidade ou amor. Ao interromper essas dinâmicas passamos a escolher novas maneiras de usar a nossa energia, investindo em novos padrões que entretanto surgem mais iluminados e amorosos como alternativa aos velhos.
E o novo paradigma é sem dúvida o paradigma do amor.
Amor como estado de SER e já não como estado de TER.
A cura da terra e do ser humano só será possível a partir de dentro, do SER. Da restauração da essência. Da consciência e equilíbrio da mesma. Precisamos curar o individual para curar o colectivo.
Numa planta doente não curamos as folhas mas sim as raízes e é isso que o ser humano pela primeira vez está a ser convidado a fazer.
Finalmente está a ser colocado em causa o ensinamento de que a ajuda ao Outro é que conta, que a prioridade é ajudar o Próximo.
Nada de errado em fazer algo pelo outro e pelo mundo mas não em estado de carência ou de salvamento mas sim como inspiração da própria cura e transformação, mas sim para lembrar ao outro como se reconectar com a sua própria cura.
Urano em Carneiro desde 2010 veio libertar a velha identidade perdida. Trouxe-nos de volta à casa interna. Acordou a nossa essência e propôs-nos o realinhamento com o nosso propósito. E porque esteve abandonado durante séculos, precisa de cura, equilíbrio, ajustes, mudanças e atenção.
Por isso hoje tantas terapias, tantos terapeutas, tantas curas, tantas oportunidades e ferramentas de cura depois de séculos em que vivemos inconscientes das doenças que abafámos; a falta de amor próprio, a inconsciência de quem na realidade somos, o equilíbrio interior de que somos responsáveis, o poder que temos de escolher e decidir.
Chegou o tempo maravilhoso de exercer poder e ganhar responsabilidade sobre o que na realidade temos, nós próprios e nas nossas escolhas. Chegou o tempo de restaurar o nosso equilíbrio, de activar o nosso poder pessoal e liberdade de escolher pois será dessa gestão interna que será possível o amor próprio.
E porque é “próprio” só poderá ser activado dentro de cada um pelo próprio também respeitando dessa maneira livre arbítrio de cada um.
Essa é então a grande responsabilidade pessoal e social que todos temos; de fazermos a nossa parte e de inspirar quem nos rodeia que é possível viver em amor, equilíbrio e abundância.
Bem hajam! <3
Vera Luz
Vera Luz * Clube de Evolução Espiritual para Ovelhas Negras
Imagem de silviarita por Pixabay