Estarei apenas a imaginar?

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Muitas pessoas me perguntam, depois das sessões de terapia através de meditações guiadas, se tudo o que estiveram a “ver” não foi apenas imaginação.
Para tirarmos bom partido deste poderoso processo que é a visualização, é preciso entendê-lo, pois caso contrário, caímos no risco de não o valorizar e logo impedir que ele faça a sua magia.

Foi no meu primeiro livro “Regressão a vidas passadas” já em 2010 que abordei esta questão da imaginação onde expliquei que a imaginação, visualização ou capacidade de criarmos imagens mentais, é uma habilidade do nosso corpo, infelizmente ainda não entendida e explorada o suficiente para a levarmos mais a sério. Aliás, seria muito estranho acreditar como é que numa máquina tão perfeita como é o corpo humano, a imaginação ter sido um erro ou falha de construção, certo?
O nosso mundo interior, memórias, emoções, intuições funciona muito à base de simbologia e associação. Seja uma imagem, um tom de voz ou mesmo uma música tem o poder de despertar em nós emoções fortes precisamente porque associamos as mesmas a estados de espirito que já experienciámos. O cheiro a bolo que nos leva para a infância, a musica romântica que nos remete para um encontro especial, uma palavra azeda que nos relembra um velho trauma que nos causou dor. Este mundo interior vive para além da mente, não se preocupa que idade temos, apenas vai flutuando de associação em associação em busca de harmonia, aceitação e cura do que quer que nos cause mau estar ou sofrimento.
Embora a nossa história e as coisas que nos vão acontecendo estejam dentro de um plano superior traçado pelo espirito, e nunca nada virá à nossa realidade que não faça parte desse plano, nem sempre a nossa personalidade vai entendendo esses movimentos. E é precisamente dessa incapacidade de entender e responder positivamente aos acontecimentos, que nasce a resistência aos mesmos.

Por exemplo, vamos imaginar alguém que numa vida passada foi muito agressivo e autoritário e ainda não aprendeu sobre empatia e respeito pelo próximo. Na vida presente é muito natural que ele vá atrair logo na infância um pai agressivo e autoritário, que lhe irá retornar a consequências das suas ações passadas, e a proposta de ele mudar a sua energia, de maneira a aprender sobre a empatia e o respeito pelo próximo. Para lhe ensinar sobre empatia ele escolhe uma mãe sensível, doce, empática que tem por todos um enorme respeito. Por falta de entendimento das razões que o fizeram atrair aqueles pais, ele vai criar resistência, vai apontar o dedo e julgar o pai como mau, inconsciente das aprendizagens escondidas que tanto o pai como a mãe têm para si. Esta resistência é um nó, é um bloqueio energético que impede a energia de fluir e que não deixa as aprendizagens serem feitas.
Incapaz de entender e aceitar o seu passado, todos os episódios em que o pai foi agressivo, ficaram registados na sua energia e vão passar continuamente pelo seu campo de memória em busca de luz e da cura.

Mais tarde, com outra maturidade, esta pessoa começa a ser capaz de observar os seus próprios padrões, reconhece que também é agressiva e já se apanhou a ser autoritária várias vezes e quando alguém lhe explica a lei do karma e a lei da atração, ela finalmente reconhece a razão de ter atraído aqueles pais. Percebe ebtão o seu padrão no pai e a sua cura na mãe. Este entendimento de que afinal os pais eram apenas o espelho que ela precisava para se curar a si mesma, permite ver finalmente que o “abusador” é na verdade o mestre, alguém que escolhemos para a nossa vida porque a sua energia servia o nosso propósito. Percebemos finalmente que não somos responsáveis pelas ações do pai, nem nos compete julgar o que ele faz com a sua energia, mas sim e apenas curar a nossa energia.
A partir do momento em que vemos a mesma realidade pelas lentes do amor, já mudámos a nossa frequência energética. Já conseguimos curar aquela criança em nós que ainda não percebia porque tinha aquele pai.

Essa é então a proposta da terapia. Fazer uma simbólica viagem interna ao passado, ir ao encontro da criança ou jovem ou mesmo adulto em nós, que ainda está inconsciente da magia que o rodeia e preso ao julgamento ao outro. Este encontro entre a parte de nos que já curou e a parte de nós que ainda vive doente é maravilhoso e imensamente libertador. Embora seja um encontro simbólico dentro de nós, ele é válido para o nosso espirito que o encara tão real como qualquer encontro físico.
O novo entendimento, a visão karmica, a libertação do julgamento, a gratidão pelo papel que os pais representaram, são o desatar do nó, são o desbloquear da energia e o que irá permitir que a cura aconteça.

Precisamos que considerar e lembrar que temos vários planos de existência, espiritual, mental, emocional e físico. A dimensão em que este encontro se dá é diferente da que estamos acostumados e por isso mesmo ficamos confusos do poder que tem. Este trabalho é feito entre os três primeiros planos espiritual, mental, emocional e só depois conseguimos então materializar essa cura no físico. Neste caso seria a capacidade desta pessoa dar um abraço ou simplesmente pensar no pai sem dor ou ressentimento.
Embora o resgate seja um processo relativamente fácil, ele exige que seja feita antes o entendimento da história karmica pois é dessa visão inteligente que se dá a cura que iremos depois levar aos vários episódios que temos bloqueados dentro de nós.

Porque é um processo tão profundo e pessoal, quase impossível de explicar o que na verdade é sentido, agradeço testemunhos de quem sabe bem e já vivenciou o que acabei de explicar. Caso queiram manter o anonimato, avisem por favor. Podem enviar por Messenger ou para veraluz@veraluz.pt

Grata a todos os que se atrevem a curar as suas mazelas e me dão a oportunidade de fazer parte desse processo mágico.

Vera Luz

 

Imagem de Stefan Keller por Pixabay

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