Aqui há uns dias, alguém muito pessimista e negativo defendia ser essa a única maneira de lidar com a realidade.
Quando lhe perguntei o que ele queria dizer com “realidade”, respondeu sem hesitar; “Com a injustiça e a maldade das pessoas”.
Não pude deixar de sentir compaixão por esta alma prisioneira de si mesma, onde crenças limitadoras, generalizações erradas e valores distorcidos, bloquearam todas as suas ligações com o mundo exterior. A começar pelo coração, passando pela mente e a terminar nos 5 sentidos.
Não é raro encontrar diferentes mas na maior parte, disfuncionais conceitos de realidade. A maioria não se reconhece ainda como co-criadora da sua realidade, não aprendemos ainda a ser responsáveis pelas energias que nos rodeiam, não percebemos porque as coisas nos acontecem, não estudámos os ciclos cósmicos que regem a nossa evolução e por isso ficamos presos á sensação de injustiça, cegueira quanto às nossas próprias questões mas de fácil julgamento de quem se atreve a ser diferente.
Eu arriscaria mesmo a dizer que a tristeza, a depressão, a violência, o stress, o doloroso vazio interior e o coração fechado de quem vive sem sentido, não são mais do que efeitos secundários de uma deprimente e ignorante forma de pensar.
E essa nós podemos mudar…
Apenas precisamos estar preparados para questionar tudo o que acreditámos até aqui e nos nos abrirmos para o que nunca considerámos antes.
Para estas pessoas doentes da ignorância espiritual há todo um trabalho de limpeza emocional, questionamento e reformulação das suas crenças e valores, aprendizagem quando às antigas sabedorias que nos relembravam quem somos e porque estamos cá, tomada de consciência da sua identidade espiritual e do seu propósito pessoal através da Astrologia e Numerologia.
É um trabalho longo e vagaroso que implica disponibilidade total, trabalhar resistências e que convida a mudanças profundas. Tão profundas que não é rara a sensação da “morte em vida” ou seja, de um imenso renascer que implica sempre uma qualquer dolorosa morte dentro de nós.
A vida irá sempre empurrar-nos para este processo. A questão não é se o temos de fazer mas sim, quando. E quanto mais disponíveis, melhor.
O objetivo final de qualquer processo terapêutico é conseguirmos alinharmo-nos com o melhor estado de presença e consciência a cada momento. Capazes de pensar, sentir, verbalizar e acreditar, sem hesitação;
“Eu acredito na inteligência cósmica que rege toda a nossa realidade. Eu confio, não em desfechos positivos, mas sim que serei capaz de dar resposta positiva e amorosa a todos os encontros, eventos e circunstâncias, aceitando a sua presença na minha vida e recolhendo as aprendizagens que me são propostas.”
Não é uma afirmação fácil.
Para quem ainda está na vibração da afirmação do início, fica a esperança de que a mudança é possível e acessível a todos os que a quiserem iniciar. Quem já a consegue fazer esta afirmação poderosa e empoderadora, já passou com certeza por várias e demoradas etapas de aprendizagem e consciência e já visitou alguns infernos e paraísos pelo caminho. É precisamente para isso que a terapia e o desenvolvimento pessoal servem.
Bem Hajam!
Vera Luz
Imagem de Leandro Barco por Pixabay