Quem já se perdeu a tentar entender o significado desta frase ponha o dedo no ar!
Lembro de ouvir esta frase em criança pela boca da minha avó e de ficar profundamente frustrada por não me fazer sentido. Se só começa aos 40 e os meus 40 estão ainda tão longe, então quem sou eu e o que estou a viver?
Acredito que quem ainda se encontre abaixo dos 40, ande ainda confuso com o seu verdadeiro significado. Quem já os ultrapassou, já começou a perceber o que significa.
A experiência de consultório, as tantas regressões que já facilitei e nos últimos anos, a Astrologia e a Numerologia foram ajudando a montar o puzzle daquilo que é o processo de evolução pessoal e espirtual a que estamos sujeitos.
Infelizmente a educação religiosa que nos deram nos últimos séculos está longe de explicar a intenção primordial de evolução espiritual, a visão micro e macro da realidade, os ciclos Karmicos em que estamos inseridos, o relógio cósmico que rege a nossa realidade e o calendário astrológico que nos orienta quanto às lições que temos a aprender em cada fase de vida. Não nos ensinaram as Leis Universais, não nos despertaram para a nossa consciência individual e logo o nosso poder pessoal ficou comprometido. O estado da sociedade ou do colectivo é nada mais do que um espelho dos dramas que estão ainda por resolver dentro de nós.
Não só o lado espiritual e filosófico perdeu a sua riqueza e importância durante os séculos de dogmas e visões de Deus distorcidas e limitadoras, como entretanto a ciência tomou conta de todo o “saber e conhecimento” descartando erradamente o lado sagrado, espiritual e invisível da vida.
Uma coisa é questionar crenças religiosas, outra é questionar a espiritualidade. A primeira é saudável e desejável, a segunda problemática e baseia-se em ignorância filosófica.
Aproveito para deixar aqui uma homenagem e gratidão a todos os visionários da história, aos inconformados de mente aberta, que à custa muitas vezes da sua própria segurança e vida, mantiveram tantos conhecimentos antigos, sábios, filosóficos e esotéricos vivos e dos quais podemos usufruir nos dias de hoje. Sem eles, seria tudo muito mais difícil e levaríamos muito mais tempo para evoluir.
Mas voltemos ao tema do título…
Embora a Psicologia reconheça o fenómeno de uma grande mudança interna e externa por volta dos 40 anos, a chamada “Crise da meia idade”, a Astrologia e a Numerologia explicam-na inteligentemente na forma de ciclos e movimentos planetários que assinalam que chegou o tempo, a consciência e a coragem de assumirmos uma maravilhosa e melhorada versão de nós próprios, assim como as rédeas da nossa missão.
Mas se isto só acontece aos 40, então o que significa o que vivemos antes dos 40?
Até aos 40 a nossa realidade e as pessoas que atraímos, são ainda “restos” de experiências de vidas passadas que precisamos resolver. São heranças Karmicas que só na vida presente têm possibilidade de serem curadas. É um periodo de profunda “ressaca” do estado em que morremos numa vida passada e a busca de uma nova forma de estar e viver.
A primeira fase de vida serve para nos dar pistas das problemáticas que foram vividas em vidas anteriores e que chegaram até aqui em busca de luz e transformação. Todas as escolhas que fizemos que nos afastaram da nossa Essência e equilíbrio pessoal, serão adiadas para um momento futuro onde as poderemos ir corrigir.
Por essa razão os pais serão as primeiras referências dessas questões pendentes e caso não consigamos entender essas propostas, essas mesmas energias irão recriar-se nas pessoas à nossa volta, ao longo da nossa vida.
Os 40 são então um tempo de chegar ao limite, de convite à mudança, de libertação desses padrões velhos que nos aprisionaram não só durante a vida passada mas também durante a primeira fase da vida presente. Os 40 são a Vida a dizer que chegou o tempo de fechar esses padrões e essas ligações.
Entre mais ou menos os 37 e os 43 é-nos dada uma gigante oportunidade de limpeza, consciência, transformação e libertação de tudo o que nos era familiar e “normal” até ali. Esta fasquia de tempo esconde 4 movimentos planetários que têm o poder de limpar o passado e nos expor perante a nossa missão e por isso é também nesta fase que nos é dada a oportunidade de recomeçar uma nova vida. Ou melhor, de nos alinharmos com o propósito da vida presente que apenas esteve em segundo plano e adiado até aqui. Todos os Planetas Transpessoais, ou seja, aqueles que nos despertam para a viagem espiritual da alma, são acordados por aspectos fortes;
Plutão faz a sua famosa quadratura a ele próprio convidando-nos ao processo de morte e renascimento, libertar algo velho para que acedamos a algo novo.
Neptuno faz quadratura aos 42 mostrando que o que idealizávamos para esta vida eram apenas as velhas memórias transferidas para a vida presente.
Urano faz a única oposição a ele mesmo convidando-nos à libertação de tudo o que “cheira a velho”, é tóxico e não permite que atinjamos os nossos maiores anseios.
É um tempo desconcertante e instável para quem acreditava que aos 40 já estaria com a vidinha “resolvida”. Mas espiritualmente falando, é o tempo mais rico da nossa vida, é a grande oportunidade de nos alinharmos com a nossa abundância e essência interior. Sim porque o facto da vida nos dar essa oportunidade, não quer dizer que todos a iremos reconhecer e aproveitar..
Há pouco tempo fiquei a saber que existe outro ditado que se refere a este tempo mágico;
“Aos 40, ou começamos a viver, ou começamos a morrer.”
Sabe Deus onde os antigos se apoiavam para fazer estas afirmações tão sábias!
Não é por acaso por isso que tantas pessoas aos 60 parecem ter 30 e outros parecem ter 80…
Há quem aceite e flua com as mudanças e há aqueles que lhes resistem…!
Estejamos antes ou depois dos 40, importante é conhecermos a agenda cósmica, situarmo-nos nas intenções de evolução do momento através dos trânsitos que estamos a viver. Os 40 são o convite de passar de estado A para estado B e só um mapa nos poderá ajudar a perceber o que cada letra significa para cada um de nós.
A proposta é então actualizar o conceito de sucesso e realização pessoal pois por esta visão já não trata apenas de conquistas exteriores, mas exige sim de um enorme e consciente trabalho de evolução pessoal que nos convida a deixar ir uma velha pele que nos deu identidade durante a primeira fase de vida, mas que precisa ser libertada para que consigamos Ser a pessoa que nascemos para ser.
Vera Luz
Imagem de Jill Wellington por Pixabay