Só o Amor cura não é apenas uma frase bonita, mas sim a mais poderosa Lei do Universo

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Quero dar aos meus filhos o amor que eu não tive
Quero uma relação diferente das que tive até hoje
Quero ser uma mulher mais forte do que vi a minha mãe ser
Quero encontrar um homem que seja o oposto do meu pai
Quero ter uma mulher mais amorosa do que a minha mãe foi
Quero ser o homem responsável e maduro que o meu pai não foi
Quero independência e ganhar o meu dinheiro, ao contrário das mulheres todas da família

Estas frases são muito comuns em todos nós e válidas de certa maneira.

Mas aos ouvidos de um terapeuta sistémico, cada uma delas é um perigoso sinal de alarme.

Não há nada de errado em querer ser melhor, ter mais, ir mais além no caminho da felicidade, conseguir alterar padrões e querer fazer diferente.

Mas não ao preço da exclusão, do julgamento, da rejeição, da crítica que é nada mais, nada menos do que a prisão a essas pessoas e a esses padrões.

Da perspectiva da nossa personalidade / ego, a ilusão da separação e da individualidade leva-nos a competir, a julgar, a comparar, a criticar, a vermo-nos melhores, acima, superiores ou a viver numa ilusória expectativa de que o outro nos irá dar o que nos falta ou a atacá-lo e excluí-lo quando nos desilude.

Será pela dor da desilusão de procurar fora, pelo desapego forçado, pela dor da dependência que iremos aprender que o outro não nos deve nada, não é a metade que nos falta, é afinal e apenas, um ESPELHO que atraímos que nos devolve às nossas sombras não integradas.

Da perspectiva da Alma, aliás a verdadeira perspectiva e realidade energética, somos todos Um, estamos todos ligados a um enorme clã por laços de amor, por ligações karmicas, por heranças ancestrais, por lealdades inconscientes, por prisões energéticas e emocionais que nem sempre compreendemos ou reconhecemos.

Com algumas dessas pessoas o amor já flui natural e livremente, com outras, há ainda tensões, resistências e obstáculos internos a ultrapassar para que o amor volte a fluir. Até que reconheçamos que esses obstáculos e resistências são nossas, iremos projetar essa sombra em todos os que a devolverem.

Esta é a verdadeira intenção do Universo para os encontros e desencontros da vida. Proporcionar oportunidades de derrubarmos os obstáculos e as barreiras do nosso lado, independentemente se o outro consegue fazer o mesmo ou não. Cabe-nos a nós lidar com os nossos e são da nossa única e exclusiva responsabilidade curar primeiro, libertar depois.

E o que significa curar primeiro e libertar depois?

Curar primeiro implica honrar que temos uma responsabilidade pessoal sobre esses obstáculos internos, temos uma relação com o nosso clã e todos os que a ele estão ligados, que somos a continuação de um passado que a nossa mente não lembra mas a nossa alma sim, que as nossas dores têm uma função na nossa evolução, que as pessoas “difíceis” envolvidas nessas dores têm um papel no enredo Karmico da nossa história, que os pais já nos deram a vida e com esse acto de amor, permitiram que a evolução do clã continue.

Enquanto não houver reconhecimento que cada um já nasce emaranhado com uma história, enquanto não houver aceitação de que cada um está a fazer a sua parte nesse enredo, enquanto não houver gratidão aos pais que aceitaram e permitiram com o nosso nascimento que a evolução seja possível, enquanto não formos capazes de sentir gratidão e amor por todos os envolvidos no nosso clã, não seremos livres.

As frases que dei como exemplos, mostram a necessidade de libertação que todos temos da dor, e como disse antes, são realmente válidas. Mas precisamos fazer a cura primeiro. Caso contrário, continuaremos emaranhados, sendo fiéis à dor do clã.

E o que é afinal fazer a cura?

É aceitar que as dores que temos são nossas e ninguém pode fazer nada por elas.
É aceitar que os pais e condições da infância fazem parte do nosso karma pessoal.
É aceitar que depois de nos darem a vida, os pais já não nos devem mais nada.
É aceitar a responsabilidade pessoal sobre a própria vida, respectivos emaranhamentos, felicidade e evolução pessoais.
É aceitar que as nossas dores e desafios são os trampolins de evolução previstos e escolhidos para a encarnação presente.
É aceitar com empatia, humildade e respeito que também os pais sofreram e deram o que conseguiram.
É aceitar a ideia de que julgar, criticar, cobrar, exigir, idealizar são posturas infantis que nos mantém no lugar da criança,
É aceitar sentar no lugar do adulto para então, de forma responsável, reconhecer, aceitar e libertar esses emaranhamentos e lealdades e então sim, fazer diferente.
É aceitar que fazer diferente não é um acto de rebeldia, de raiva, de fuga, de postura arrogante de quem se acha superior a alguém. É sim um acto de amor próprio e de transformação da dor do próprio clã que compartilha connosco as mesmas dores.
É aceitar com consciência e gratidão a oportunidade de cura que trouxemos connosco e assumi-la com amor e responsabilidade.
É libertar.
É olhar para as velhas dores e pessoas e reclamar com amor, a liberdade de ir curar, seguir um novo caminho, fazer diferente, transformar o velho em novo por si mesmo e em honra às dores do próprio clã.

Sem este trabalho de cura e libertação, a vida será implacável. Sem nos darmos conta, iremos viver presos numa rotunda, que recriará sempre os velhos dramas e pessoas, independentemente se nos divorciamos, mudamos de cidade ou país, trocamos de relações, procuramos novos postos de trabalho, tentamos novas amizades.

Só o Amor cura não é apenas uma frase bonita, mas sim a mais poderosa Lei do Universo.

Deixo-te assim este Natal, este convite de contemplação para a tua vida; se já consegues sentir amor por todos os que te rodeiam.

Imagino que os que te são queridos e capazes de te devolver o amor que lhes dás, têm com certeza um lugar especial no teu coração.

Mas sim, é importante que os “maus e difíceis” também tenham um lugar no coração, pois se estão ou estiveram na tua vida, fazem com certeza parte da tua história e são ou foram, não raras vezes, os grandes mestres das maiores lições e aprendizagens.

Que o reconhecimento e agradecimento a tudo e a todos, te ajudem na tua cura e libertação de todos os teus pesos e prisões e te possam (RE)lembrar que todos somos parte do mesmo Puzzle.

Se queres perceber melhor os teus padrões e emaranhamentos, a tua história Karmica, a tua missão, o teu momento actual, ou simplesmente como amar os “maus e difíceis”, envia email para veraluz@veraluz.pt ou liga 967988990 para marcares a tua consulta ou encaminha para alguém que precise.

Bem hajas e até já!
Vera Luz

Imagem de Frauke Riether por Pixabay

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