A importância terapêutica de olhar para o passado Rx

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Dizem as leis do universo que sem integrar o passado, não seremos livres de ir em frente. Há muitas formas de ver o passado num mapa astrológico e de contar a história de quem fomos lá atrás. A mais conhecida talvez seja a retrogradação dos planetas, tanto no mapa natal como em trânsito.

Todos os anos há retrogradações, tanto de planetas lentos como dos rápidos, excepto o Sol e a Lua.

Deixarei aqui na página um link para que possas ler sobre a retrogradação de cada Planeta e outro sobre as Casas Astrológicas, caso conheças o teu mapa e onde caem estes movimentos.

Mas hoje a intenção é falar sobre o próprio movimento de retrogradação que como a própria palavra mostra, significa; retrocesso, voltar atrás, rever, revisionar algo visto antes, ir de volta na direção do passado. Ou seja, que intenção tem o Cosmos para nos condicionar regularmente a olhar para trás?

Precisamos lembrar aqui dois princípios sempre tão esquecidos ou ignorados pela sociedade actual e por consequência, difícil de aplicar no nossa dia a dia;

– O princípio cósmico da Unidade onde a vida terrena e cada experiência, serve o retorno ao Uno, a Deus, à Fonte, ao equilíbrio da polaridade experienciada na Terra.

– O princípio cósmico do movimento onde o nosso livre arbítrio impulsiona cada ação e que gera reação ou cada escolha gera consequências que é a base da Lei do Karma.

Então, o princípio cósmico da Unidade defende que nunca nada ou ninguém ficará de fora ou para trás. Na verdade é a ilusão do mundo 3D que está preso no tempo e espaço pois fora desta tridimensionalidade, somos todos Um. As forças cósmicas irão sempre honrar a Unidade e por isso procurar reunir, TODAS as peças do gigante puzzle que é a nossa vida pessoal e colectiva. Independentemente do julgamento que lhes atribuímos.

Tudo e todos fazem parte e escondem não só complexas dinâmicas karmicas, como lições valiosas que, sem elas, não poderemos prosseguir viagem. Os meus anos de terapia mostram que é precisamente nas mais dolorosas que se escondem as mais valiosas aprendizagens que por resistência, orgulho, arrogância, medo, acabamos por não integrar.

Em relação ao princípio do movimento, como sabemos, a Lei do Karma não é imediata e por isso vivemos na ilusão de que podemos seguir em frente depois de escolhas e decisões e nunca termos de lidar com as consequências das mesmas. Mas como disse, é apenas uma ilusão pois a vida não é uma viagem linear onde o horizonte é um apelativo ponto de fuga, mas sim circular em movimento espiral, que nos levará sempre de volta à fonte do que um dia criámos

Ou seja, quer queiramos quer não, a estrada que nos parece ser a fuga, irá na verdade levar-nos de volta aos mesmos velhos pontos por onde um dia já passámos para que possamos integrar essas velhas experiências, guardar as valiosas lições e limpar ou libertar as emoções que vivenciámos. .

Se a volta anterior foi bem vivida, com consciência, respnsabilidade pessoal e humildade, passaremos pelos velhos lugares e pessoas já mais elevados, com uma consciência maior, com compaixão por todos os envolvidos e já com a visão do amor.

Quando a viagem não é bem aproveitada e vivida ainda com o coração fechado, mergulhado em ilusões várias, sem qualquer responsabilidade pessoal karmica e com resistência à proposta de amor e humildade, ela irá repetir-se até que a cura aconteça, dando-nos a sensação de estarmos numa eterna rotunda sem possibilidade de saída.

Voltando então aos movimentos retrógrados, eles servem precisamente a possibilidade de voltarmos onde um dia já passámos. De revermos as posturas que um dia já tivemos. De relembrarmos as escolhas que fizemos. De continuarmos o que ficou pendente. Mas principalmente, se já aceitámos e pacificámos as consequências que todas essas velhas experiências geraram.

Obviamente que as boas escolhas, serão hoje reconhecidas e estarão a ser vividas na forma de estabilidade, amor próprio, segurança interior, abundância das mais variadas formas.

Mas é preciso fazer as pazes com as más escolhas. Infelizmente o nosso ego ainda nos leva a crer que temos sempre a atitude certa e que nunca fazemos más escolhas. Mas a verdade é que humana e ingenuamente, fazemos sim.

Não são apenas os 7 pecados capitais que colocam em problemas. Deixo alguns exemplos de escolhas desalinhadas com as Leis cósmicas; entrar em relações por carência, aprisionarmo-nos a empregos tóxicos que não servem o propósito espiritual, termos filhos e apegarmo-nos a eles para preencher vazios internos, escondermos as nossas emoções com comida, álcool ou drogas, criarmos apegos, ilusões e dependências românticas sem consciência do que é o verdadeiro Amor, dependências relacionais ou familiares que impedem o desenvolvimento e a responsabilidade pessoal, fazer do dinheiro a razão de viver sem qualquer respeito pela voz do coração, viver em função dos papéis sociais, profissionais e familiares sem qualquer relação consigo mesmo.

Estes e muitos outros exemplos obviamente irão gerar consequências negativas para as nossas vidas na forma por exemplo de depressão, obesidade, medos paralizantes, ansiedade, abandono, traição, rejeição, doença, falta de reconhecimento, etc, etc, etc.

Claro que é fácil fugirmos à responsabilidade pessoal, que aliás, é o que a maioria ainda faz, projetando a culpa das dores nos outros, vitimizando-se e esperando ser salvo por alguém, dando desculpas para se manter onde está, afastando-se ou mesmo cortando relações com os pais, deixar relações sem o devido fecho saudável, iludindo-se depois numa pseudo-felicidade que jamais será real.

Os movimentos retrógrados servem então estas propostas, estas revisões, propõem uma actualização de assuntos velhos, convidam à limpeza dos corredores por onde um dia já passámos, trazem à nossa vida réplicas e sósias das peças que pusémos um dia debaixo do tapete e com as quais não conseguimos lidar.

Sem um bom trabalho terapêutico, não saberemos reconhecer estas oportunidades de cura, alívio e libertação e continuaremos presos até que o movimento volte a acontecer.

Diz uma frase; “Não libertamos o que não amamos”.

Não é fácil amar o que doeu, magoou, ofendeu sem a visão da intenção positiva, sem a consciência de que o Cosmos é inteligente e tem uma razão válida para os eventos.
Tal como no ginásio a dor tem a intenção da saúde, do corpo bonito, também a dor emocional serve um propósito maior.

Conheceres o teu mapa Astrológico e Numerológico é conheceres as tuas dores, mas também os teus dons, as qualidades que vens aprender. Sem este consciência, tudo é muito mais difícil.

Se queres perceber melhor as tuas dores, a tua pessoa, a tua história Karmica, a tua missão, o teu momento actual, desafios passados e oportunidades presentes, envia email para veraluz@veraluz.pt ou ou encaminha para alguém que precise de ajuda.

Bem hajas e até já!

Vera Luz

 

Imagem de Willfried Wende por Pixabay

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