Já há alguns anos que ouço e sinto e até observo o que tem vindo a ser chamado o ego do século XXI – o Moralista.
Não há muitas décadas atrás, os valores que seguíamos eram os valores dos pais, da escola, da religião, éramos influenciados pelos valores dos amigos, da política e religião, mas pouco mais.
Raras eram as pessoas que faziam terapia ou consultavam astrólogos em busca de cura pessoal e auto-conhecimento ou tinham a rebeldia suficiente para seguir os seus próprios valores.
Eram tempos em que a consciência social e familiar estava acima da consciência pessoal, ou seja, em tempos de crise, acabávamos por seguir vozes e acatar conselhos de quem nos rodeava, por falta de consciência pessoal, do conhecimento e sabedoria que hoje abundam 24h/dia. Tenho observado o quanto é impossível para os mais jovens imaginar a nossa mente e a relação e visão do mundo sem máquinas, sem internet e apenas com 2 maçudos canais de tv.
Mesmo sem estas ajudas tecnológicas, os anos 60 abriram a porta para a mudança e para os conhecimentos que vinham do Oriente com o seu convite de evolução espiritual, consciência individual, filosofia oriental e desenvolvimento pessoal. A prioridade que antes estava no Outro é agora trocada pelo Eu. A religião é trocada pela espiritualidade. As referências morais sociais são substituídas por uma necessidade de individuação, de liberdade, de direito de ser diferente, fiel a si mesmo, com a ajuda de ferramentas como a meditação e o Ioga e as terapias que convidam a olhar para dentro.
Mas se até ali tínhamos pago o preço da anulação pessoal quando delegámos o poder e submetemo-nos a autoridades externas na forma de pais, chefes, políticos, padres, estamos ainda hoje a aprender a pagar o preço da liberdade, da individualidade e da coragem de trilharmos o nosso caminho, preço esse que será sempre na forma de responsabilidade pessoal a todos os níveis; emocional, mental, físico ou financeiro e espiritual.
Escusado será dizer que ainda há muito trabalho para fazer; as gerações dos 60 e 70 ainda andam a aprender a libertarem-se dos abusos das autoridades externas e a reclamar a sua liberdade de viver à sua maneira; as gerações dos 80 e 90 para a frente para a frente acham que têm a liberdade por direito sem a devida responsabilidade e autoridade pessoal.
Ou seja, estamos todos ainda na espuma de toda esta onda de mudanças geracionais e que tanto astrológica como numerologicamente, só daqui a dois anos veremos alguns resultados e oportunidades positivas.
Até lá e se queres mesmo participar activamente na tua evolução e na evolução do colectivo, investe no que te irá garantir equilíbrio, saúde e abundância;
– Antes de mais, saberes muito bem quem és, conheceres bem os teus padrões, sombras e potenciais e proposta da encarnação presente.
– Questionar toda e qualquer autoridade exterior que vá contra os teus valores e princípios.
– Ganhar responsabilidade sobre a tua existência desenvolvendo saúde e equilíbrio mental, emocional, físico e espiritual.
já o escrevi várias vezes, estamos no meio de uma enorme crise de valores que tanto misturam os valores pessoais com os sociais, os religiosos com os espirituais, os saudáveis com os tóxicos, os ideais e os reais. Não é raro ver alguém a pregar a liberdade mas a viver dentro de gaiolas!
A cura desta sociedade cada vez mais doente começa no indivíduo, começa de dentro para fora, da responsabilidade pessoal para a social.
Mais do que a visão que temos de nós próprios, pois o nosso ego resiste sempre a reconhecer o que em nós é sombra, o mapa revela todas essas energias e as áreas de vida mais críticas ou sensíveis que estão envolvidas. Mostra que valores específicos estão em cima da mesa nesta encarnação. Que faltas e exageros estamos a compensar de vidas passadas. Como me posso tornar tanto pessoal como socialmente, através das relações, família e trabalho, um indivíduo saudável, presente e consciente de si e de tudo o que o rodeia.
Sem este trabalho interno, corremos o risco de nos tornarmos moralistas, julgadores, opinadores, narcisistas fechados na sua bolha de perfeição, incapazes de qualquer auto-análise humilde e que continuarão a projetar a sua sombra e falta de trabalho interno nos outros e no mundo.
Esta avalanche de ferramentas e informação espiritual, de terapias e terapeutas é maravilhosa por um lado, claro! e vai ser essencial para este caminho da Nova Era, mas também perigosa por outro como é óbvio, como por exemplo a de nos vermos mais sábios e evoluídos do que somos, e acreditarmos mais curados e conscientes do que realmente estamos.
Cada um terá dentro de si a consciência de si mesmo e a sua circunstância exterior para ajudar a reconhecer-se ainda melhor.
Vera Luz