Faz as pazes com a vida que escolheste! ​

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Cada vez mais a visão irrealista e idealista que nos fazia ansiar por um mundo perfeito e uma vida perfeita começa a ser substituída pela visão real de que vivemos num mundo dual onde sombra e luz, medo e amor, bem e mal andam lado a lado.
Há mais de 4000 anos que os Mestres Taoístas nos ofereceram a sua visão dual da realidade através do símbolo Yin Yang e praticamente todas as filosofias do mundo a mencionam nos seus textos, mensagens e metáforas. A ciência juntou-se a esta visão no estudo do átomo.
A verdade é que não precisamos de filosofias nem da ciência para sentirmos a dualidade pois cada um de nós a vive diariamente. Dia, noite, chuva, sol, trabalho, descanso, homem, mulher, alegria, tristeza, doença, saúde, enfim, não caberiam numa enciclopédia todos os exemplos de experiências da dualidade.
​Para fazermos as pazes com a nossa vida teremos que primeiro ​aceitar o conceito da dualidade ​pois é​ essencial para vivermos uma vida de qualidade. E por qualidade não quero dizer que tudo irá ser perfeito e correr bem obviamente. Quero dizer sim, capacidade de viver em paz com o que a realidade dual é e de aceitar o que a vida traz a cada momento como expressões inteligentes dessa dualidade.
Aceitar a dualidade é então reconectar com a Unidade pois atrás de cada experiência está sempre a sua oposta e é na consciência dos opostos que encontramos Deus.

E porque perceber isto é tão importante, perguntas tu?

♦ Porque fazer as pazes com a nossa história é uma das maiores curas que podemos fazer.
♦ Porque aceitar a nossa proposta de encarnação é um acto de humildade e maturidade.
♦ Porque só aceitando o lado sombra ​e o lado luz podemos fazer as pazes com a nossa vida​.

Em vários textos e livros​ que escrevi, fui mostrando como podemos tomar consciência destas energias tanto dentro como fora de nós ​de maneira a harmonizá-las.
A proposta deste texto é apenas a de te colocar o desafiante convite de aceitares a tua história aqui e agora. De finalmente fazeres as pazes com a tua proposta de vida e com tudo o que ela ​teve, ​tem ​e terá​ para te oferecer; a dualidade! De conseguires finalmente dizer;

“Eu estou em paz com a vida que escolhi”

Sei bem que quando as coisas não nos correm a favor e as experiências negativas acumulam​, é um desafio fazê-lo. Mas apenas porque ninguém nos ensinou que todas as experiências são válidas, inteligentemente atraídas que escondem valiosas aprendizagens. Quando finalmente percebemos que toda a dualidade não é mais do que uma expressão da Unidade ou do Divino, a antiga resistência dá lugar à aceitação e a uma maravilhosa paz interior capaz de ir reconhecendo a dualidade em tudo e em todos. Confiando que a experiência presente irá sempre fazer-nos chegar a sua oposta para que tomemos consciência dela e em última análise, lhe demos o devido valor. ​

Só quando fizermos as pazes com esta visão da vida podemos então ser observadores da dualidade e sentir a importância e riqueza do que ela nos permite experimentar como por exemplo, ver todo o espectro de cores, ouvir a variedade de sons, provar os mais diferentes sabores, sentir todo o tipo de emoções, ou seja, distinguir os mais variados opostos que compõem a realidade.

E não são os opostos que afinal dão vida e riqueza à realidade material​?

Aceitar a dualidade é um acto de fé pois aprendemos a confiar que toda a experiência esconde a sua oposta e ​é dessa visão de “dois pratos” que o termo equilíbrio nasce e faz sentido.
Que vida seria esta se apenas fosse vivido apenas o lado positivo da balança?
Será que o amor, saúde, alegria, felicidade, segurança, riqueza, abundância, prazer, coragem, doçura, proteção teriam valor sem os seus opostos? Eu não acredito.
Acredito sim é que num tempo futuro, a distância entre opostos irá diminuir. A nossa evolução irá permitir que o ​fosso de diferença ​entre positivo e negativo ​que conhecemos hoje,​ irá ser mais curto e logo, mais fácil ​de viver.

Até que esse tempo chegue, aceitemos a viagem a que nos propusemos. ​Façamos as pazes com o nosso roteiro. Tentemos lembrar o momento antes de encarnar onde decidimos os desafios presentes e todos os equilíbrios de opostos que viemos fazer e respeitemos ​que a nossa vida não é mais do que esse plano.

Uma das maneiras mais confortáveis de trabalhar os opostos é não nos identificarmos com nenhum deles, vendo-os apenas ​então ​como polos de experiência.
​Tal como nós não somos o frio nem o quente. Somos quem experiência o frio e o quente. ​

Procura dentro de ti o teu centro, a consciência do teu espírito. O Observador. ​Um ponto neutro que apenas sai do seu centro para ir lá fora ao mundo fazer a sua experiência e voltar ao centro com a consciência da mesma. Seja ela positiva ou negativa. A partir deste ponto ​neutro, ​​vai validando como as várias experiências não são mais do que toques cósmicos na nossa energia de modo a que ela se equilibre​ e ​consiga​ estabiliza​r dentro de nós.

​Costuma-se dizer que;

“A dor é sempre proporcional à resistência”​

Fazer as pazes com a nossa vida e aprender a aceitar as aprendizagens por trás de cada experiência, ajuda a descativar a resistência e logo, a intensidade da dor.


Bem hajam!
Vera Luz

 

Imagem de S. Hermann & F. Richter por Pixabay

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