Acredito que muitos já estão confortáveis com a ideia de que já vivemos antes, que trazemos connosco uma imensa bagagem que, quer queiramos ou não, nos condiciona tanto no que nos atrai como no que nos retrai.
Se nos tivessem preparado para estarmos atentos aos sinais e às energias que vamos atraindo sem o dedo do julgamento e projecção no outro das cargas que carregamos, já teríamos juntado muitas peças que compõem o gigante puzzle que esconde a nossa verdadeira história.
Não a nossa história actual/social mas a nossa história espiritual.
Infelizmente a educação do Ocidente a que todos estivemos sujeitos falava apenas da missão social onde o único objectivo era atingir uma persona e vida “perfeita” que tanto servia o “sucesso” social/profissional como servia o propósito religioso de agradar o caprichoso Deus como de escapar ao inferno.
Logo, todo o enquadramento espiritual e Karmico deixou de se fazer…
Ou seja, o que nos faz sentido e o que não faz, deixou de ser ouvido levando-nos então a escolhas que na maior parte das vezes nada têm a ver com a nossa história mas apenas adornam a dita máscara.
Embora sejam condicionantes que nos levam a escolhas inconscientes, não deixam de ser escolhas e logo irão originar consequências pelas quais teremos que nos responsabilizar.
A mais perigosa, tem provado ser o afastamento da nossa essência e a identificação total com a nossa persona. E não são raros os que confundem as duas energias quando questionados acerca da sua identidade…
No entanto, a máquina cósmica foi criada para apoiar a viagem do espirito e logo irá “polir” tudo o que não esteja alinhado com os mais elevados valores espirituais que apoiam a nossa autonomia, auto preservação e equilíbrio pessoal. Muitas das escolhas que fizemos então em prol da máscara acreditando ser a escolha “perfeita” acaba por não funcionar, levando-nos inclusive a sensações de injustiça, revolta e incredibilidade perante um Deus cego que parece não reconhecer o nosso esforço de “perfeição”.
Infelizmente muitos são os que ainda acreditam que a “recompensa divina” é atribuída aos “perfeitos”…
Se assim fosse, muitos seriam os que estariam protegidos da dor e da perda.
Mas a realidade mostra que não é bem assim.
A abundância que tanto ansiamos vem, não dessa máscara perfeita mas sim como consequência do trabalho interior que já fizemos.
Do alinhamento com a nossa história pessoal.
Da responsabilização karmica pelo que atraímos.
Do amor próprio que já conquistámos.
Da humildade de percebermos quem somos.
Da coragem de seguirmos o nosso caminho.
Os últimos anos mostraram-nos onde e como estávamos em desequilíbrio INTERIOR, onde vivíamos aquém do nosso potencial INTERIOR, esquecidos do nosso propósito original INTERIOR.
E qual é afinal esse propósito, perguntas tu?
– Honrar as nossas vidas passadas.
– Procurar finais felizes para os seus dramas.
– Resgatar o amor próprio e a valorização pessoal tantas vezes perdida para poderes exteriores.
– Corrigir as escolhas feitas sem amor e colocar ao serviço do mundo, os potenciais já resgatados para que o deixemos um pouco melhor do que o encontrámos.
Deste ponto de vista, podemos imaginar como cada um de nós viveu vidas únicas, experiências únicas, fez escolhas positivas e negativas que precisam de ser agora sentidas e honradas dentro de nós, não fazendo normalmente sentido nenhum a quem nos rodeia pois o outro não tem o registo emocional da nossa história.
Por exemplo;
Um mulher morre numa vida passada frustrada e com um imenso vazio porque nunca teve filhos. Nasce no presente com uma vontade imensa de ser mãe numa quase obsessão de “vingar” aquela vida.
A sua melhor amiga por contrário trás uma memória de ter perdido um filho bebé e logo não quer nem ouvir falar em engravidar ou ser mãe.
A conversa entre as duas será curiosa principalmente se não se questionarem de onde podem vir afinal as suas inclinações.
Conscientes ou inconscientes do passado, a primeira não irá parar enquanto não engravidar e a segunda irá adiar ou evitar qualquer gravidez…
Tomarmos consciência da nossa história espiritual, percebermos os padrões que carregamos, é então essencial tanto para entendermos a maneira como reagimos ao que atraímos como é para aprendermos a ser neutros e tolerantes quando as escolhas dos outros nos testam e não nos fazem sentido.
Cada história é única de facto tal como a proposta de encarnação que trazemos connosco e conhecê-la, estarmos conscientes dela, é um sinal de inteligência, sabedoria e humildade perante a Ordem Maior.
Tanto a Astrologia como a Numerologia Karmicas têm o poder de nos revelar o que de melhor e pior trazemos connosco. Que história sagrada é essa afinal que me trouxe à terra para resolver. E enquanto a mesma não estiver consciente e não se tornar uma prioridade, os encontrões do Universo para que a resgatemos terão que continuar a acontecer…
Bem Hajam!
Vera Luz
1 comentário
Querida Vera.
Já temos trocado mails e agora que acabo de receber este não posso deixar de te dizer que é com muito agrado, respeito e amor que te recebo tal como recebi e li dois dos teus livros de que muito gosto, divulguei e ofereci,
És uma Luz Forte neste Planeta e espero e peço a Deus que a Chama chegue ao coração de tantos quantos vivem vidas irrequietas em busca da Paz, da Justiça e da Tranquilidade, em suma: Do AMOR.
Sempre agradecido à tua Luz e a todos quantos sentem e apreciam mais SER e menos TER.
Rui