Tudo, mas tudo mesmo, vem por um bem maior

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Mudança, transformação, alteração radical da realidade, convite de sair da zona de conforto, flexibilidade para lidar com o desconhecido, enfrentar os mais recônditos medos e inseguranças como o medo de não ser capaz, o medo de não estar à altura, o medo de falhar, o medo de nos vermos em novas situações que não dominamos, o medo de perder o “seguro e confortável”, o medo da exclusão, da rejeição, da provocação desafiadora de todas as nossas feridas e traumas, o empurrão para uma nova realidade sem sequer direito a convite, são tudo termos que fazem arrepiar qualquer pessoa mais sensível.

Mas se ainda acreditamos que podemos resistir durante algum tempo, a mudança ou o convite de transformação profundo, venha ele de dentro ou de fora, é algo que realmente não podemos controlar. Podemos adiar, mas não podemos evitar.

E porquê?
Porque não podemos afinal ter uma vidinha arrumada, emprego, relação, família e uma rotina agradável sem grandes ondas, desafios e complicações?

– Porque a Vida serve um propósito de movimento evolutivo e parar é morrer, é não evoluir. Viver implica um processo de transmutação de quem éramos para quem ansiamos vir a ser. Porque há experiências que já deram as suas aprendizagens e já não fazem sentido ou devolvem ânimo que irão ser substituídas por outras que nos irão fazer sentir vivos, renovados e mais conscientes de quem somos.

Da perspectiva da Alma, a mudança é ansiada, desejada como um trampolim que nos levará mais perto de quem somos, mais perto da luz, da abundância e da consciência pessoal.

Da perspectiva do ego, a mudança é terrível, temida, sentida como prenúncio de morte e por isso evitada a todo o custo através da ilusão do medo e do controle.

Todos os dias o tema da mudança é abordado nas minhas sessões.
Tanto vejo pessoas a sofrer imensamente sempre que a Vida aparece com um qualquer convite que vai implicar uma qualquer mudança. Como também vejo pessoas conformadas nas suas zonas de conforto, sejam elas relacionais, familiares ou profissionais, mas afundadas em angústia, vazio e frustração.

Ou seja, a paz podre é o preço que pagamos por resistirmos à mudança, por viver com medo, por matarmos os nossos sonhos internos e por nos acomodarmos ao socialmente correto e financeiramente seguro, mas que não devolve entusiasmo, superação, a Vida a correr nas veias e alegria pura.

Claro que destas enormes generalizações, há excepções. Por exemplo, pessoas com muito Ar e Fogo no mapa, enfrentam estes momentos de mudança como uma aventura, atirando-se corajosamente para o novo. Mas as Águas e as Terras não vêm a mudança com bons olhos e muito menos como uma experiência positiva e são essas as que mais acabam por resistir e por isso, sofrer e por isso vir parar às terapias.

São várias as razões que nos levam a resistir à mudança, a maioria por razões óbvias de desconforto físico, material, financeiro, logístico, mas também a mudança mental e emocional, que condicionam as nossas crenças, valores e ideias baseadas no medo, criam inúmeras resistências.

Os budistas falam nos 3 venenos da humanidade que advêm da ilusão de buscar no exterior o que ainda não resgatámos no interior. Seja o amor, a segurança, o controle, a paz ou a harmonia. Agimos por CARÊNCIA, procuramos no outro por ILUSÃO e aprisionamo-nos por APEGO.

É precisamente destes três movimentos tóxicos que iremos depois atrair e experienciar a perda, a desilusão e o desapego forçado nas formas de morte, doença, despedimento, aborto, rejeição, traição, abandono, violência.

Precisamos aprender a ver estes eventos como avisos, como sinais, como propostas de mudança radical e não nos deixarmos prender à velha ideia de castigo divino e vitimização.

Ainda não são muitos os que já se renderam à ideia de que a mudança que aparece na nossa vida é a proposta de evolução espiritual perfeita para o momento, prevista e identificada temporalmente no mapa natal, no mapa dos trânsitos e no mapa numerológico. É a forma como iremos curar o nosso passado e abrir espaço para um novo futuro. É o convite cósmico de libertar o velho e arriscar crescer com o novo. É o teleférico da Vida a levar-nos para novas e mais belas experiências onde iremos conhecer partes de nós desconhecidas até ali. É a oportunidade de encontrarmos dentro de nós o que até ali estava projetado em algo ou alguém.

O que mais nos custa na realidade, não são propriamente as mudanças pois qualquer um de nós se prontaria a mudar tudo, caso tivéssemos assegurado como prémio uma vida muito melhor.

O que nos faz resistir e temer a mudança é a ignorância sobre a nossa própria história espiritual e os desafios e propostas que ela implica. É a falta de fé nos movimentos e Leis da Vida. É a ilusão de que a felicidade vem de TER coisas e pessoas. É a prisão a estilos de vida que se tornam fechados, rígidos e inflexíveis cheios de apegos, ilusões e dependências.

Sempre defendi que a felicidade ou a cura é fazer as pazes com a vida, tal como ela é, tal como ela se apresenta a cada momento, sejam os temas/traumas do passado, seja o que irá surgir no futuro.

É a harmonia entre o que se passa dentro de nós e o exterior. Simples, desafiante, mas possível se nos abrirmos a novas formas de ver o mundo. Eu como terapeuta, puxo por mim, tanto ou mais do que puxo pelos meus clientes. Aplico na minha vida, aquilo que depois e com confiança sugiro para as vidas deles.

Com a partida do meu Pai em Março deste ano, fui convidada pela Vida a largar a minha tranquila rotina de escritora e terapeuta, para abraçar todos os assuntos, empresas, exigências e assuntos do meu Pai e assumir as responsabilidades da minha Mãe.
Entre assuntos legais pendentes urgentes, burocracias obrigatórias como herdeira, responsabilidades financeiras, e já nem falo na componente emocional da perda de um Pai e de ter de cuidar de uma Mãe que não sabe estar sozinha ou lidar com finanças, há quatro meses que não sei o que é rotina, poucas vezes vi o meu sofá, abandonei todos os meus amigos, deixei de lado cursos e projetos com que estava comprometida e estou num grau de exaustão gigantesco.

Mas todos os dias agradeço a possibilidade de viver a vida com consciência das suas inteligentes e previsíveis propostas. Sim porque longe vai o tempo em que não fazia a mínima ideia do que era viver, (des)iludia-me facilmente e tudo e todos serviam para esconder o enorme vazio emocional e inconsciência espiritual com que nasci.

Se nos últimos 20 anos andei a estudar para compreender a Vida, finalmente começo a aprender como por todas as ferramentas maravilhosas que fui recebendo em prática e hoje posso dizer que fiz finalmente as pazes com ela.

Por conhecer bem o meu mapa, há muitos anos que sabia que a uma mudança radical viria por esta altura e que iria alterar por completo a minha. rotina.

Embora a proposta presente não seja de todo o estilo de vida que anseio e preciso para mim, sei que estou num ciclo karmico, a saldar dívidas do passado, a superar-me em áreas que ainda não tinha investido, essenciais para que possa mais tarde seguir em frente mais completa.

Sem conhecer o meu mapa ou ter a consciência que tenho sobre a minha história desta vida e padrões a que vim presa, estaria provavelmente num poço emocional profundo, incapaz de dar resposta positiva à mudança, revoltada por ter de abandonar o meu trabalho que me levou 20 anos a construir, vítima das circunstâncias, incapaz de agradecer a oportunidade de evolução ou sequer de atrair as pessoas certas para me ajudar neste momento.

A verdade é que estou em paz e rendida ao processo que me está a ser proposto. Os primeiros sinais apareceram o ano passado com a 1ª entrada de Plutão em Aquário. Sei que a mudança está nas propostas dos meus mapas o que me ajuda a “espreitar” para o presente e futuro próximo e perceber o desenrolar dos eventos.

Agradeço e reconheço todos os Anjos no Céu e na Terra que se apresentaram a socorrer-me em assuntos que não domino. Estou a aprender a gerir e equilibrar as responsabilidades de que não posso fugir com os anseios e paixão da minha alma escritora e terapeuta.

Sei e sinto que tudo está como tem que estar, tudo certo no tempo e da forma certa. E é no desejar que as coisas sejam diferentes, que se dá o litígio com a Vida e que o sofrimento se manifesta. Este é o poder de Plutão, de saber melhor do que nós o que tem que sair para que a viagem continue e a proposta de evolução se cumpra.

Não deixa de ser curioso observar como todo o ser humano anseia, deseja e até reza por uma vida melhor. Mas poucos são guerreiros para enfrentar e pagar o preço da mudança. Querem uma vida melhor sem largar a velha. Querem uma vida melhor sem pagar o preço. Querem uma vida melhor sem fazer nada por isso. Querem um renascimento sem ter que lidar com a morte.
Jamais estes esquemas infantis terão sucesso perante as inteligentes e exigentes leis da vida.

Por estas e outras razões, e mesmo estando exausta de uma rotina intensa, não posso trair quem sou, o que me dá ânimo, o que me devolve Vida e propósito e por isso enquanto eu conseguir, e mesmo bastante reduzidas nos dias de hoje, haverá sempre espaço para escrita e atendimentos.

Se ainda te sentes em litígio com a tua vida, a temer mudanças e queres conhecer a tua história Karmica, a tua missão e padrões nesta vida, envia email para veraluz@veraluz.pt ou liga 967988990 para marcares a tua consulta

Feliz Verão a tod@s!☀️
Vera Luz
Vera Luz * Clube de Evolução Espiritual para Ovelhas Negras

 

Image by Alexa from Pixabay

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