Quem quer arranja soluções, quem não quer arranja desculpas.

0

“Quem quer arranja soluções, quem não quer arranja desculpas.”

Embora esta regra se aplique a todas as áreas de vida, é na área do desenvolvimento pessoal que ela se revela implacável.

Como terapeuta de duas décadas, todos os dias a ouvir pessoas a relatar a sua história, é muito fácil perceber a diferença entre quem já vive consciente de si mesmo, focado na sua cura e evolução pessoal, em busca de soluções para os seus desafios ou de quem ainda se vitimiza, de quem projeta as suas dores no mundo e nos outros e que vive a dar desculpas ou a arranjar razões para a sua infelicidade.

A nossa sociedade, inconsciente das Leis Universais e das dinâmicas karmicas que regem a nossa realidade, adoptou como mecanismo de sobrevivência, a culpa, a vitimização, a projecção no exterior das várias razões para o sofrimento pessoal.

Mas o estado miserável emocional, psicológico e espiritual da maioria, mostra que esse mecanismo não é a solução. Antes pelo contrário, ele afasta-nos cada vez mais do verdadeiro caminho da cura e da Luz.

Então qual é afinal o Caminho da cura e da Luz?

Embora bem discreta e muitas vezes inconsciente para tantos, a pequena mas importantíssima mudança de percepção interna que nos leva a perceber e aceitar que somos responsáveis por tudo o que nos acontece e por todos os que atraímos, é a pedra basilar do processo de cura, consciência e responsabilidade pessoal que todos viemos fazer.

Mas como posso ser responsável pelos actos terríveis das outras pessoas?

Não somos responsáveis pelas escolhas das outras pessoas. Mas somos responsáveis por tê-las atraído para as nossas vidas. A lei da atração diz que temos uma história pendente com elas. Laços e energias karmicas invisíveis e de vibração idênticas, ligam-nos a elas, quantas vezes desde há várias encarnações. Quantas vezes não trocámos até de lugar nos enredos que temos com elas. E por mais que tentemos fugir ou evitá-las, elas irão reproduzir-se noutras novas até que a lição do amor se cumpra.

Rig Veda, considerado o mais antigo dos textos Indianos, com data anterior a 1600 A.C. atribui a Maya, palavra com significado de ilusão, o conceito de poder mágico que os deuses utilizam para criar formas no mundo físico. 

Também Platão com a sua Alegoria da Caverna, nos fez pensar na ilusão das imagens do mundo material. 

José Ortega e Gasset, filósofo espanhol deixou escrita uma das minhas frases preferias; “Eu sou eu e minha circunstância, e se não a salvo a ela, não me salvo a mim“.

Assim como Carl Jung que em todo o seu imenso e valioso trabalho, ate hoje ignorado pela própria psicologia nos deixou valiosas referências de como a realidade pessoal de cada um, é apenas um holograma do seu próprio mundo interior;

Tudo o que nos irrita nos outros pode nos levar a uma melhor compreensão de nós mesmos”.
Tudo depende de como vemos as coisas e não de como elas são.
O que não enfrentamos em nós mesmos, acabaremos encontrando como destino.
Tenciono agora fazer o jogo da vida, ser receptivo a tudo que me chegar, bom e mau, sol e sombra alternando-se eternamente; e, desta forma, aceitar também minha própria natureza, com seus aspectos positivos e negativos…
“Não se deve esquecer a seguinte regra: o inconsciente de uma pessoa se projeta sobre outra pessoa, isto é, aquilo que alguém não vê em si mesmo, passa a censurar no outro.”

É a partir desta consciência superior que é interrompida a hipnótica e infantil desresponsabilização sobre nós próprios. Com a atitude de verdadeira humildade que caracteriza os Mestres é que começamos a perceber a Ordem Maior, que as coisas não acontecem por causa dos outros mas sim magnetizadas pela nossa energia. Ou seja, elas são atraídas porque estão alinhadas com o nosso Karma pessoal.

Para a maioria, por uma questão de ignorância profunda mas também por conveniência, o Universo é um sítio caótico, injusto, feio e cheio de pessoas más, dor e sofrimento do qual somos eternas vítimas.

Por essa razão, este grau de inteligência cósmica, de justiça divina e alinhamento karmico são conceitos difíceis de compreender e aceitar pois arrancam-nos da cadeira da vítima e empurram-nos para um gigante processo de auto conhecimento e transformação pessoal, derrubando todas as crenças e ilusões pessoais de quem éramos até ali. 

É importante nesta altura libertar a carga da palavra culpa, que tanto mal nos fez durante séculos, por Responsabilidade pessoal, a qual muitos ainda se recusam a assumir. Afinal, a cadeira da vítima de culpar os outros é tentadoramente confortável, embora não nos leve a lado nenhum…

Claro que a diversidade, a ilusão da 3D que aparenta uma separação e diferença entre nós, a ingenuidade perante a inteligência cósmica, leva-nos a comparar, criticar, julgar o mundo e os outros, fazer ver-nos como superiores ou inferiores e até a iludir-nos a nós próprios numa suposta persona perfeita que somos, vítima de um mundo caótico.

Procuramos durante muito tempo jogar Xadrez com a realidade material, controlar o jogo, querer ganhar mudando as peças de sítio, fazendo jogadas estratégicas, interagindo com as outras peças umas vezes ganhando outras perdendo, mas sempre acreditando que o outro é o grande oponente a conquistar.

Mas é no mergulho da realidade invisível, trabalhando com as energias a que estamos emaranhados, as forças planetárias do nosso mapa pessoal, as emoções que carregamos há séculos, as prisões Karmicas energéticas com que nascemos, que percebemos que o jogo não é com o outro mas sim connosco próprios.

A grande batalha da nossa vida é entre a nossa Luz que anseia pelo amor próprio, pela fé e harmonia com a vida e as nossas sombras que se alimentam do drama, do medo e do controle. É entre as prisões do passado e a liberdade do futuro. É entre o que em nós vive inconsciente e o que procura vir à consciência.

Por ser uma batalha interna e energética, invisível aos olhos físicos dos mais cépticos ou menos intuitivos, ela materializa-se nas pessoas e dinâmicas à nossa volta, para que assim se torne mais fácil de a compreendermos e agirmos sobre ela.

Sem esta consciência das energias que nos compõem, sem conhecimento da uma ordem maior, sem a humildade de conseguir ver a realidade como um espelho de tudo o que carregamos em nós, sem a responsabilidade de vermos a nossa vida como palco de evolução perfeito e preparado no nascimento, onde estão representadas a nossa luz e a nossa sombra, iremos manter-nos fechados a todos os níveis, julgadores, idealistas, arrogantes, ainda a tentar manipular as peças do Xadrez, inconscientes das nossas sombras e talentos, incapazes de permitir o verdadeiro Amor de fluir.

O estado miserável em que se encontra o mundo, tem origem nesta inconsciência espiritual pois nele só se projecta o que em nós vive inconsciente, tanto pessoal como colectivamente. Seja a guerra, a doença, a fome, a corrupção, a mentira, a traição, o abandono, o materialismo, os próprios desastres naturais, tudo e todos são apenas espelhos do drama interno e por isso cada alma escolhe o palco externo, a realidade pessoal, o país, a família e relações que mais se adequam à sua história Karmica pessoal.

Como sempre defendi; não temos o que queremos, mas temos SEMPRE o que precisamos!

O primeiro grande pessoal da longa viagem espiritual, que todos algures no tempo terão que fazer é parar de procurar culpados, desculpas e razões para ficar no lugar da vítima ou do perfeito e aceitar que todos eventos, positivos e negativos, principalmente os negativos, são o obstáculo escolhido para a evolução daquele momento, evitando assim transferências de culpa e atrasos no processo de evolução.

Algures, espero que num futuro próximo, todos sejamos capazes de ver a realidade pelas lentes da consciência espiritual. Mas (in)felizmente, é uma proposta pessoal, interna, intransmissível, impossível de fazer por alguém, mesmo por aqueles que mais amamos. Por esses e por nós próprios, resta-nos fazer a nossa parte, dar o exemplo, despertar a nossa luz interna e assim inspirar quem nos rodeia. 

Se queres conhecer a tua história Karmica, a tua missão, os teus padrões nesta vida, envia email para veraluz@veraluz.pt ou liga 967988990 para marcares a tua consulta
Vera Luz

 

Image by NoName_13 from Pixabay

Share.

About Author

Leave A Reply