O eterno convite da Lei do Karma; repetir ou evoluir?

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Perante situações desafiantes, aquilo que comumente chamamos de problema, prova, teste, principalmente relações difíceis com pessoas tóxicas, as nossas inseguranças internas facilmente nos colocam num estado de tensão e reactividade, num turbilhão de dúvidas, medos e hesitações de como resolver ou simplesmente abordar certos momentos, pessoas e circunstâncias que ameaçam o nosso bem estar, o nosso equilíbrio e quantas vezes a nossa dignidade.

Porque o estado de sobrevivência sobrepõem-se à razão, é comum caírmos nas respostas comuns do congelar / fugir / atacar. Ou seja, podemos até sobreviver / ganhar momentaneamente ao desafio, mas não foi feito qualquer trabalho de consciência, evolução e libertação com ele e por isso ficaremos prisioneiros desse estado ou dessa frequência interna, recriando vezes sem fim situações idênticas, sempre vividas na reactividade.

Algures, essa repetição de eventos, essa dor permanente, essa permenente projeção / frustração de achar que o desafio vem sempre do exterior, levará ao questionamento.
– Porque é que isto me está a acontecer?
– Porque se repetem pessoas e eventos na minha vida?
– Que responsabilidade tenho sobre os mesmos?
– Serei eu a recriá-los ou a atraí-los?
– Se sim, o que posso fazer para os alterar e libertar?

E quando o discípulo está pronto, o Mestre aparece.

Quando começamos a compreender as leis e dinâmicas do Universo, começamos a perceber que somos responsáveis pela nossa energia e tudo o que ela cria ou magnetiza à nossa volta. Começamos também a perceber os princípios da Lei do Karma e da Lei da Atração e através delas, o eterno convite de evolução; repito a velha resposta? ou encontro uma nova?

Quando percebermos que o que realmente se passa dentro e fora de nós é a mesma história e tivermos consciência da resposta “certa”, tudo se torna muito mais fácil. Quando digo; resposta certa, não me refiro a uma única forma de resolução de conflitos, encontros e eventos ou a verdades dogmáticas e absolutas. Obviamente que cada ser humano tem a liberdade de lidar criativamente com a vida e a sua realidade à sua maneira.

A resposta certa é vista pela perspectiva evolutiva, ou seja, a que irá respeitar a harmonia com cada momento e oportunidade de superação e cura desses mesmos desafios. A resposta certa implica ser abordada com amor, consciência e compreensão. A resposta certa tem como objetivo criar pontes de entendimento, aceitar e aprender com cada pessoa e momento de forma a que depois de integrada a aprendizagem, ela possa ser libertada com amor e gratidão. A resposta certa é a resposta da Alma que leva a luz da consciência divina a cada momento.

Desta perspectiva, a resposta “errada” seria a que iria manter ou mesmo agravar essas dinâmicas, circunstâncias, relações e circunstâncias tóxicas. A resposta errada seria reactiva, agressiva e iria culpar o outro ou o exterior como fonte de problema e sofrimento. A resposta errada desresponsabiliza-se, faz cortes radicais, projeta a culpa do mal no outro e fica no papel da vítima, reforçando assim a prisão energética karmica com a pessoa, evento ou circunstância. A resposta errada é a resposta do ego e da sua sobrevivência a qualquer custo.

Cada momento convida-nos então ao exercício do livre arbítrio.

Cada momento oferece-nos infinitas possibilidades de escolha de como queremos lidar com cada momento. Se ainda caímos nas teias da resposta “errada” ou se já temos a coragem de dar a resposta “certa”.

Infelizmente, a ilusão, ingenuidade e ignorância com que vivemos, faz-nos acreditar que a Vida é linear, que cada momento é novo, é virgem, é neutro e logo, cheio de potencial de escaparmos à dor e de vivermos o sonho da paz e da felicidade.

Mas a verdade nua e crua é que cada momento está dentro de uma gigante espiral evolutiva que trará recriações novas dos velhos dramas que carregamos em nós, em busca de novas oportunidades de cura e libertação.

Ou seja, a resposta do amor, da aceitação, da compreensão, da cura liberta, a resposta do medo, da violência, da vitimização e da fuga, aprisiona.

Por trás das infinitas escolhas do nosso dia a dia, estão na verdade então apenas dois caminhos;
OU mantemos o passado e repetimos a mesma resposta ao velho drama, normalmente sempre baseada na inconsciência e no medo.
OU criamos um novo futuro, dando nova e mais harmoniosa resposta, normalmente baseada na consciência da cura e do amor.

Não no amor confundido com dependência, com apego ao outro e ilusão de manter o outro feliz para estarmos bem. Mas sim no amor a nós próprios, à Vida, à nossa superação e libertação do drama e à nossa evolução individual.

Resumindo, a resolução dos desafios nunca depende do outro, mas sim e apenas de como estamos a lidar internamente com o outro.

Se ainda cais na tentação de acreditar que é o exterior ou o outro que magoa, ofende, não paga, trai, abandona, viola, estás a projectar a tua sombra no exterior e a adiar o teu processo de cura. Também a ilusão de que quando o outro for perfeito e ideal e representar todas as qualidades que procuramos, irá gerar a sua desilusão pois ninguém nasceu para agradar ou preencher ninguém.

Precisamos lembrar mais vezes que TUDO o que está na nossa vida, fala sobre nós, tudo e todos estão lá por uma razão, e enquanto as suas propostas não forem integradas e curadas, não só não nos livraremos delas como as veremos recriarem-se em novas pessoas e circunstâncias.

Procura ver cada momento como um convite cósmico antes de mais nada de consciência pessoal, de repetição de histórias e padrões, na maioria já carregados de outras vidas e que inteligentemente se apresentam no tempo, espaço e forma certa para que possamos decidir; repetição ou evolução.

Sem o outro não seríamos capazes de ver as tantas partes de nós que nos habitam, não seríamos capazes de perceber quem um dia já fomos ou sequer de aceitar quem um dia poderemos vir a ser.

Cada encontro, evento ou circunstância é uma oportunidade de OU manter o mesmo registo automático do medo, da violência e dependência OU de paragem, de compreensão e superação.

Cada uma das escolhas trouxe, traz e trará consequências e a nossa vida nos mostrará que qualidade têm tido até aqui.

Conscientes da proposta inteligente de cada momento, é mais fácil perceber que a batalha não é com o outro ou com o exterior mas sim entre o nosso passado e o nosso futuro. Entre o inconsciente e o consciente. Entre a repetição e a evolução.

Deixo-te algumas ideias:

Perante uma qualquer situação lembra que ela tem mensagens, sinais e propostas para a tua evolução.

Aproveita-a e não te percas nas provocações e guerrilhas com o outro .Não caias na tentação de te sentires superior ou inferior. Pergunta-te apenas se sentes que o outro representa o teu passado ou a pessoa que um dia foste noutra encarnação ou se representa o teu futuro ou a pessoa que um dia gostarias de ser.

Por mais desafiante que seja aceitar a ideia, sim, certas pessoas representam o pior que um dia já fomos no passado e por isso cá estão na nossa vida a trazer essas sombras à nossa consciência.

Às pessoas que sentes representar o teu passado, desenvolve empatia com a sua inconsciência, agradece o espelho e liberta com amor. Às pessoas que representam o teu futuro, agradece e aprende com elas novas formas de ser e estar.

Não aceites comparações e julgamentos à tua pessoa e muito menos sigas ou idealizes moldes externos.

Liberta a necessidade de seguir expectativas familiares, ilusões de sucesso profissional ou financeiro.

Atreve-te a seres fiel a ti mesmo e lembra; Todos os caminhos vão dar a Roma mas são todos diferentes.

Embora a nossa sociedade ainda seja muito conservadora e narcisista, aposta na diferença, investe na autenticidade, liberta-te da prisão da opinião dos outros e junta-te à tribo de quem segue o seu coração. A cura e amor próprio que procuras está na tua valorização pessoal, nos teus dons, talentos e paixões, na tua originalidade, na tua cura emocional, na tua consciência espiritual.

Desenvolve a clareza e a coragem de ver o outro não como complemento do que te falta, não como palco de ilusões de relação e família perfeitas, não como projeções infantis de amor, proteção e segurança, não como bode espiatório das tuas dores, mas sim como o Mestre de Evolução que atraímos e precisamos no momento presente. Seja como espelho, memória do passado, projecção de futuro, seja como o grande provocador que acorda o que em nós vive adormecido no inconsciente e nos vem convidar ao processo de repetição / evolução.

Se queres conhecer a tua história Karmica, a tua missão e padrões nesta vida, envia email para veraluz@veraluz.pt ou liga 967988990 para marcares a tua consulta
Vera Luz

 

Image by Micha from Pixabay

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