É no nosso Livre Arbítrio que decidimos a nossa Sorte*

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Quando somos crianças, qualquer contrariedade é um drama, qualquer NÃO é razão de choro, qualquer oposição à nossa vontade é razão para birra.
Ainda tomada pela sua luz e força de vida, pelo seu desejo e vontade pessoal, pelo seu ainda imaturo mas poderoso poder pessoal e incapaz ainda de lidar com as contrariedades e negações da vida, a criança não compreende porque não tem ou faz o que quer e qualquer frustração é vista como o fim do mundo.
No seu estado ainda saudável, a criança sente-se merecedora e irá habilidosa e inteligentemente lutar por aquilo que lhe é ainda natural; ter poder, celebrar as suas conquistas, alimentar os seus sonhos e corajosamente lutar por eles.
No entanto, o embate com a vida terrena irá mostrar-lhe o outro lado da moeda, o lado sombra da vida, as experiências da negação, da frustração, da impotência e todas as emoções associadas como raiva, tristeza, culpa, abandono, solidão, impotência.
Não faltam à rotina diária ambientes de castração, de frustração e negação da sua vontade, de excesso de autoridade e expectativas irrealistas, de comparação, julgamento e crítica constante, ela irá sentir que não merece, que não vale a pena lutar, irá desistir do seu querer, irá abandonar os seus desejos e sonhos, irá acabar por acreditar que não vale a pena, que não tem direito à abundância e assim e aos poucos ser convidada a experienciar o outro lado da moeda. Ou seja, desconectada da sua luz e abundância interna, ela irá aprender a procurar no exterior o que lhe falta.
Porque ninguém nos ensinou que este dark side faz parte da nossa natureza e da experiência terrena e que algures a cura dá-se quando voltarmos a activar a luz interior, iremos por ignorância e instinto de sobrevivência, desenvolver infinitos e inteligentes esquemas para conseguir a luz e amor no mundo exterior da sombra. São as famosas migalhas que iremos mendigar das mais variadas naturezas e das mais variadas maneiras.
Essas migalhas no mundo do adulto são as relações tóxicas que mantemos por carência, a ilusão de ver no outro o salvador, o apego a qualquer sensação prazeirosa, seja ela na forma de alguém, dinheiro ou até de açúcar. As migalhas aparecem na forma de desrespeitos que permitimos sem resposta, são os empregos que escolhemos que pagam mal e nos roubam energia, são os filhos mimados a quem damos tudo e que devolvem em desrespeito e ingratidão. Migalhas são amizades que mantemos sob esforço e por medo da solidão, mas que nada devolvem, são familiares abusadores a quem não conseguimos dizer; NÃO! por medo do abandono. Migalhas são os sacrifícios, os silêncios, os sapos que engolimos, são a tentativa de agradar o mundo inteiro, só para atrair cada vez mais rejeição, traição e abandono. Migalhas aparecem nas prateleiras e são a preferência de alimentar a alma com farinha, açúcar, tralhas, prazeres materiais e vícios, drogas e álcool em vez de procurar viver uma vida com sentido.
A Terra está longe da sua iluminação e por isso todos conhecemos bem algumas, senão todas as migalhas acima descritas. Mas é importante lembrar que o movimento de procurar migalhas, não é a porta de saída, não nos leva ao polo da luz e da abundância, afasta-nos cada vez mais da luz que se esconde dentro de cada um de nós. Mas a ilusão e a ignorância, é para fora que nos levam, levando-nos às ilusões e apegos que tanto nos fazem sofrer.
Viver de migalhas são apenas experiências de sobrevivência do lado sombra, a lidar com emoções do lado sombra, a ter relacionamentos ensombreados, a viver experiências de maternidade, sociais, profissionais, relacionais, financeiras, de saúde sem luz.
A proposta terrena tem como intenção a experiência da polaridade e o nosso livre arbítrio é a ferramenta para conscientemente decidirmos como manejar esta polaridade e perante a sombra, escolhermos a Luz.
Mas afinal porque é tão difícil fazer isso?
Porque não temos consciência das vezes que escolhemos manter a sombra na nossa vida.
Tal como o interruptor, existem apenas duas experiências; a luz acesa ou a luz apagada e é no nosso Livre Arbítrio que decidimos o que queremos.
O que infelizmente acontece é que por falta de conhecimento da lei da polaridade, acabamos por apagar a nossa própria luz com escolhas que acreditávamos a iria acender.
Por exemplo, procurar amor no exterior e nos outros é uma experiência de sombra que irá sempre gerar vazio e frustração.
Por mais que troquemos de pessoas, procuremos sempre um novo foco, o efeito será o mesmo. A única forma de encontrar o amor verdadeiro é dentro de nós, é ligando o positivo com o negativo, é procurando no nosso interior onde a luz sempre esteve e se assim for, iremos encontrar um novo tipo de amor próprio, com muito mais sustentação, qualidade e força do que o procurado no exterior do lado sombra.
Só depois deste trabalho interior feito, podemos então voltar ao exterior já com a nossa luz acesa, criando então parcerias sem apego ou ilusão e capazes de partilhar o amor próprio entre si.
A ignorância destas dinâmicas leva a maioria a viver as polaridades de forma exagerada pois os excessos são sempre uma tentação, principalmente quando não fomos apresentados à dualidade e muito menos nos falaram em equilíbrio. Ou seja, ou estamos em profundo apego, ilusão e dependência do outro ou caímos no extremo oposto de nos fecharmos para o mundo, de cairmos num isolamento exagerado com medo de sofrer.
É muito fácil vermos este fenómeno no mundo, pessoas em total desequilíbrio, por viverem agarradas aos exageros dos extremos;
Ou estão agarradas ao polo sombra e vivem sem luz, sem amor, sem consciência espiritual, sem poder e sem liberdade, mendigando fora as migalhas do amor e da luz nos outros, pagando preços elevadíssimos na forma de dor, rejeição e abandono.
Ou, pelo contrário, estão agarradas ao polo da luz falsa, da mente iludida com a sua razão, superioridade e importância, abusando do seu poder narcísico para egoistamente conseguirem o que querem, prisioneiras da sua mente ilusória e inferior, condicionando o empoderamento e a liberdade dos outros e assim gerando karma negativo para si mesmas.
Viver é experienciar a polaridade e algures no tempo e na nossa história karmica já estivemos nos dois extremos. O nosso mapa astrológico nos dirá em que áreas e de que formas e com que consequências.
Não podemos mudar o passado, pois todo ele foi escolhido por nós e faz hoje parte do nosso Karma pessoal.
Mas podemos mudar o presente. Aliás nascemos precisamente para transmutar as faltas e os exageros do passado em experiências mais equilibradas e iluminadas no presente/futuro.
Infelizmente, a maioria das pessoas não conhece os seus padrões, as suas faltas e exageros, as manifestações da sua sombra, as suas prisões internas ou sequer a proposta de iluminação da mesma.
O mapa astrológico é uma ferramenta maravilhosa para analisar esses padrões mas também temos a realidade à nossa volta a espelhar tudo o que precisamos saber sobre nós próprios.
Por exemplo, começamos finalmente a perceber e a aceitar a ideia de que a própria família não está lá para ser berço e acolhimento mas é sim escolhida para representar os padrões passados, para nos mostrar as dinâmicas da nossa sombra, para nos mostrar de onde viemos e o que ainda não resolvemos ou consciencializamos em nós. Só por total ignorância sobre o nosso projeto de evolução para a vida presente, acabamos por viver na prisão da ignorância a vida toda, criando apegos exagerados ao clã e assim repetindo padrões de sombra por lealdade inconsciente, quando nascemos com a chave da cura e da libertação pendurada ao pescoço.
Aliás, é no presente, na família escolhida, seja a família raíz, seja a que vamos criar por semelhança energética, que nos iremos confrontar com os velhos padrões que sempre voltam em busca de consciência, luz, cura e transformação.
É no presente que se encontra o ponto de maior poder, pois é na nossa realidade que está representado o passado e o futuro.
É na nossa escolha, consciente destes padrões karmicos, que podemos decidir manter o padrão velho, sombra do passado e continuar nas migalhas, ou, curar, mudar, decidir diferente, aproveitar a oportunidade para fazer novas escolhas que nos
reconectem à Luz e ao Amor dentro de nós na forma da nossa Criança Interior, para que lhe possamos devolver pela nossa mão o respeito e a alegria esquecida no tempo.
Curar a nossa Criança Interior é ensinar-lhe que o amor está dentro, é devolvê-la ao seu poder original, é restaurar a sua força vital, o seu amor próprio, o seu merecimento de acreditar em si mesma, o respeito pela sua diferença e individualidade, a liberdade de ser quem é.
Curar a nossa Criança Interior é assegurar-lhe que está protegida e segura por nós mesmos, seja perante quem for, seja em que circunstâncias for.
Curar a nossa Criança Interior é relembrá-la que sob o nosso cuidado ela pode ser o que ela quiser, ela será apoiada nas suas iniciativas, ela pode escolher seguir o seu coração e terá sempre apoio, colo e proteção da nossa parte.
Curar a nossa Criança Interior é lembrá-la que o tempo do desamor, da frustração e do vazio foi a experiência da sombra onde aprendeu pela perda, pela desilusão, pela rejeição e pelo abandono, que o amor e a luz jamais estarão fora dela no mundo das formas exteriores das pessoas e coisas, mas sim e apenas em si mesma.
Curar a nossa Criança Interior é ajudá-la a desbravar o território novo que a permite ser livre, criativa, positiva, sonhadora e viver corajosamente a sua verdade.
A criança carente, irá sempre olhar para fora com óculos cor de rosa, procurando alimentar o seu estado de carência e vazio com algo ou alguém.
A criança curada, vive cheia e alimenta-se da sua própria luz, da sua força de vida, dos seus sonhos, da sua coragem, da sua alegria, da sua criatividade e principalmente, da sua necessidade de ir mais longe e cumprir o desejo da sua alma.
O adulto em nós sabe bem a criança que carrega. Sabemos bem se estamos em dia com as suas necessidades ou ainda a mendigar migalhas. Com a mão na consciência, todos sabemos bem que migalhas lhe servimos e as vezes que a abandonamos quando ainda vamos fora procurar migalhas.
Na maioria, a falta de trabalho de cura com a nossa criança interior, leva-nos a sermos cúmplices da sua carência e iremos insistir em procurar fora o amor e a luz que ainda não temos. Será desta projecção que iremos atrair abandono, rejeição, violência, desrespeito.
Quando iniciado o trabalho de cura com a criança interior, aprendemos a cuidar do nosso amor próprio, aprendemos a elevar a nossa vibração, aprendemos a viver em estado de independência, criatividade e alegria, aprendemos a investir na nossa evolução, para que então possamos atrair pessoas que espelhem esse investimento, esse trabalho de cura e maturidade pessoal.
Num ano tão propício ao trabalho de cura como é este Ano Universal 9, fica o lembrete para todos olharmos para este lugar dentro de nós e o convite para um mais sério trabalho de cura.
Se queres conhecer a tua história Karmica, a tua missão, os teus padrões nesta vida, envia email para veraluz@veraluz.pt ou liga 967988990 para marcares a tua consulta. As tuas partilhas ajudam a fazer crescer o meu trabalho, por isso agradeço-tas.

Image by Poky Chen from Pixabay

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