As desilusões das nossas ilusões

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Têm-me chegado muitas pessoas ultimamente em estado de profundo sofrimento, cansadas, zangadas, desiludidas com a vida, com Deus, com o próximo, não raramente medicadas para a sua “depressão”, da qual, não raras vezes também, se sentem vítimas de lhes ter calhado tão penoso fado.

Normalmente pouca ou nenhuma consciência de que o seu estado actual é uma responsabilidade sua, consequência das suas próprias escolhas passadas. Estes trânsitos de Saturno são o “reality check” necessário.

Quando lhes peço para me contarem um pouco da sua história, relações com pais, parceiros, filhos e trabalho, é comum a postura passiva/vitimizadora perante a sua própria vida, culpando as pessoas que as desiludiram e julgando como azares e injustiças as coisas más* que lhes foram acontecendo.

A grande maioria ainda acredita que a criação de uma vida perfeita é a fórmula da felicidade. A ignorância quanto às leis universais e dinâmicas inteligentes da vida é ainda muito assustador.

A ideia de que a vida é a busca da perfeição nos estágios tradicionais de escola, trabalho, casamento, filhos e amigos, não leva em conta que a nossa existência é muito mais complexa do que isso.

Aliás, dizem os antigos sábios desde o princípio dos tempos que a verdadeira viagem da vida é a viagem de evolução do espírito que usa sim as dinâmicas terrenas acima citadas para fazer as suas aprendizagens. Ou seja, a nossa realidade é uma projeção inconsciente da nossa própria energia, palco perfeito onde se desenrola o nosso processo de evolução e tudo e todos os que lá estão, fazem parte.

Viver apenas o plano social sem consciência do plano espiritual, é, pela minha observação, a grande causa do estado de depressão actual. Ou seja, viver sem significado ou propósito maior, torna-nos incapazes de confiar na vida, de crescer e aprender com cada situação, seja ela mais fácil ou mais desafiante. Vivemos cegos para a magia da vida, incapazes de ler sinais, fazer aprendizagens e evoluir.

Muitos são os que sentem uma enorme culpa porque o que têm a nível social ou exterior, embora seja abundante, como bons empregos, boas casas e carros, filhos saudáveis e dinheiro no banco, nunca parece preencher o doloroso vazio interior. Mas o vazio tem a sua razão de existir e a frustração é apenas a vida a mostrar-nos que um vazio energético não se preenche com pessoas ou tralhas.

É geral a ilusão de que o curso perfeito irá dar o emprego perfeito, colegas e patrões perfeitos, a relação romântica perfeita, os filhos perfeitos na escola perfeita ………

Vivemos em permanente desilusão das nossas próprias ilusões.

A frustração de não sermos capazes de integrar a experiência exterior com as aprendizagens interiores, faz-nos viver desconectados do nosso mundo interior, do propósito da nossa alma, acabando normalmente por culparmos o exterior de nos desiludir na busca da sensação de felicidade.

É triste o estado em que a maioria ainda está e sei o que dói pois um dia também já o senti. Mas aprendi também que se a minha ilusão na forma de escolhas inconscientes, ideias erradas, crenças limitadoras, valores distorcidos, filosofias castradoras criaram as minhas desilusões, só mudando essas mesmas escolhas, ideias, crenças, valores e filosofias poderia alguma vez criar novos e mais positivos desfechos na minha vida.

Depois de feita minha transformação, esse é hoje o propósito do meu trabalho. Ajudar a tirar os óculos da ilusão, reaprender a ver a magia que nos rodeia, perceber porque as coisas nos acontecem, porque atraímos determinadas pessoas para a nossa realidade pessoal, libertar velhos moldes e padrões sobreviventes de vidas passadas que precisam de actualização e que já não devolvem a qualidade desejada.

Temos na nossa mão o poder de mudar a nossa vida. A educação que nos deram falhou com o como e por isso a maioria se sente presa, frustrada e impotente.

A fórmula que nos deram não funciona e só depois de esgotadas todas as tentativas, estamos preparados e abertos para receber uma nova visão do mundo onde viveremos conscientes do nosso poder interior e onde seremos responsáveis pela nossa felicidade.
Cá te espero quando sentires que estás pront@ para fazer a tua mudança e reclamares o teu poder pessoal!

Bem hajas!
Vera Luz

 

Imagem de beate bachmann por Pixabay

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