Amor Próprio – o que é que isso quer dizer?

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Tantas vezes se fala da importância do amor próprio nos processos terapêuticos. É aliás o grande objectivo da terapia, atingir um estado de amor próprio.

Como terapeuta, o meu trabalho é maioritariamente, mostrar à pessoa todos os padrões, escolhas, relações e hábitos que o/a impedem de atingir esse maravilhoso estado de amor próprio.

Mas a verdade é que “amor próprio” é um termo maravilhoso, um objectivo desejado por todos nós sim, mas um conceito ainda muito teórico, muito vazio de significado e aplicação prática. Ou seja, ainda não sabemos como vivenciá-lo no dia a dia. O que é afinal e como se comporta uma pessoa com amor próprio.

Tenho reparado ao longo dos anos que o trabalho de lidar com a “sombra”, de tomar consciência de tudo o que em nós ainda não tem luz ou ainda não vibra na energia do Amor, é cada vez mais fácil para aqueles que se predispõem a crescer e a abraçar o seu processo de transformação pessoal.

Mas ainda há muita dificuldade em aplicar todo esse conhecimento. Ou seja, até já percebemos o problema, mas há ainda muita resistência em manifestar a solução.

E que solução é essa? Como manifestar o amor próprio na prática?

– Fazendo novas escolhas!

Fazendo uso do único e maior poder que todos temos que é o Livre Arbítrio.

Não as simples, automáticas, quase inconscientes e infinitas escolhas que fazemos no nosso dia a dia mas sim as escolhas difíceis, aquelas que implicam virar a nossa vida do avesso, aquelas que exigem de nós uma consciência e coragem que nem sempre acreditamos ter.

A melhor forma de aprendermos a lidar positivamente com essas grandes e tantas vezes dificílimas  escolhas da vida, é importante irmos aprendendo e treinando com as pequenas e diárias;

Aprendendo a dizer SIM ao que nos engrandece, ao que nos potencia, ao que nos ilumina, ao que nos faz bem, ao que nos respeita e devolve ao nosso centro, ao que tira partido dos nossos talentos e dons naturais e dizendo NÃO ao que nos ofende, ao que nos desgasta e desrespeita, ao que nos descentra e desconecta do nosso equilíbrio e amor próprio.

E não estou só a falar da nossa relação com os outros que só por si já sabemos bem o quanto nos traímos todos os dias; sim é importante reconhecermos onde e com quem ainda dizemos SIM quando a nossa alma quer dizer NÃO e onde dizemos NÃO ao que dentro de nós pede um SIM.

Esta dissociação interna é a origem do conflito que geramos entre nós e os outros, entre a nossa mente a nossa alma e que algures teremos que resolver, sendo coerentes connosco próprios, dizendo SIM ao que pede SIM e dizendo NÃO ao que pede um NÃO. Difícil sim, mas não impossível.

Como disse acima, é usando o nosso poder de decidir que iremos escolhendo o que para cada um de nós confere com a ideia de amor próprio e ir rejeitando o que não é. Obviamente que nem todos valorizamos as mesmas coisas ou seguimos os mesmos critérios de amor próprio.

Muita gente vive ainda iludida com a ideia de amor próprio, confundindo-a com;
ter uma relação/casamento/família, vestir bem, ver um filho nascer e ser boa mãe ou pai, ter uma poupança no banco, tirar uma licenciatura, guiar um bom carro, ser honest@ com dinheiro e responsável com contas, conseguir a desejada promoção, aumento salarial, perder o peso excessivo, viajar para sítios exóticos, ter uma decoração de casa fantástica, etc.

Claro que todas estas boas escolhas ou conquistas contribuem para o desejado estado. Mas o amor próprio não se resume apenas a expressões visíveis, externas, sociais e profissionais, mas sim e muito mais a escolhas e necessidades internas, emocionais, espirituais, pessoais, profundas, invisíveis aos outros e que só o próprio pode aceder e sentir.

Por exemplo, a necessidade de fazer uma escolha que vai curar uma ferida de infância. A vontade de mudar circunstâncias que estão a curar padrões ancestrais. Seguir a voz interna que nos pede algo completamente novo e mais evoluído mas não aceite ou entendido por quem amamos. O impulso de ir em busca de uma nova verdade pois a velha deixou de fazer sentido. Uma simples mas corajosa mudança que irá mostrar à nossa criança interior o amor e respeito que lhe temos e que ela merece ou simplesmente ouvir a nossa alma que nos sugere desafiantes e exigentes escolhas que estão em sintonia com o propósito de evolução escrito no nosso mapa natal.

Infelizmente ainda investimos muito mais tempo nas dinâmicas exteriores e muito menos nas interiores, quando o verdadeiro amor próprio é o resultado do equilíbrio das duas.

Quando finalmente tivermos consciência do que se passa dentro de nós, de quem somos na realidade, tanto nos aspectos negros da nossa sombra como nos aspectos iluminados e potenciais da nossa luz, iremos perceber que o exterior é o espelho de ambas as polaridades e o palco perfeito para exercermos a nossa poderosa escolha; ou continuamos a alimentar e mantemos os velhos padrões tóxicos, ou abrimos espaço para o novo, para novas e mais saudáveis formas de estar e viver.

As relações, a família, o emprego, o país, o dia a dia, é onde iremos atrair e assim encontrar, tanto as oportunidades de curar e iluminar a nossa sombra, como de expressarmos os nossos talentos e assim contribuirmos para um mundo melhor. É onde estamos a perpetuar padrões tóxicos ou a mudá-los radicalmente

Viver é então esta dança entre o exterior e o interior. Entre o que se passa fora e o que sentimos dentro.

Quando idealizamos, rejeitamos, culpamos e resistimos ao que se passa fora, quando criamos ilusões sobre o que a realidade deveria ser em vez de aceitamos que ela já é perfeita como é, impedimos o equilíbrio de acontecer e as verdadeiras emoções e a energia de fluir.

Se abrirmos o coração e a mente e confiarmos que o exterior é pessoal e diferente para cada um e apenas um holograma do nosso interior, iremos ter mais consciência de nós próprios, iremos permitir as emoções de serem sentidas, e assim fazer escolhas mais conscientes e mais corajosas sobre o que é não não melhor para nós.

Podemos então resumir que o verdadeiro amor próprio é um estado de consciência pessoal capaz de nos aceitarmos incondicionalmente. É um estado de pacificação com a nossa história, as nossas dores e as nossas alegrias. É um estado de fé total na inteligência da Vida. É a capacidade de usar a realidade como cura e libertação de velhas feridas mas também como trampolim para mais saudáveis e poderosas formas de estar. É o estado de gratidão por tudo e todos à nossa volta que contribuem tanto para a consciência de quem fomos como para a expressão de quem ansiamos ser. É o estado de rendição à vida tal como ela é, na sua infinita sabedoria.

Se queres perceber melhor sobre o amor próprio na tua história, conhecer as tuas dinâmicas Karmica, a tua missão nesta vida, envia email para veraluz@veraluz.pt ou liga 967988990 para marcares a tua consulta

Bem hajas e até já!
Vera Luz
Vera Luz * Clube de Evolução Espiritual para Ovelhas Negras

 

Imagem de Daniel Dan outsideclick por Pixabay

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