Presentes de Natal

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Se cada um de nós escrevesse o livro da sua vida, ele seria sem dúvida um imenso relato dos milhões de acontecimentos a que estamos sujeitos desde o primeiro ao último dia. Seria o contar dos passos que percorremos quando enfrentámos os nossos demónios, ou as dores a que estivemos sujeitos até percebermos que estava na nossa mão o tempo todo, o poder de mudar a nossa história. Seria o recordar das dificuldades da montanha que subimos atrás dos nossos sonhos e as sensações do momento de glória quando atingimos o topo. Iríamos sem dúvida recordar e mencionar as poderosas lições aprendidas pelos mestres escondidos atrás das pessoas desafiantes que atraímos mas também deixar um caloroso testemunho e agradecimento a quem esteve lá e nos deu colo nos momentos mais difíceis.

De todos os cursos, workshops, palestras e leituras, escrever a minha história foi dos exercícios mais transformadores e intensos que já vivi e que recomendo como exercício de terapia, consciência e transformação. Em quase 300 páginas de livro, nunca foi importante falar dos anéis de ouro que tenho, da marca de carro que guio, das roupas que comprei ou do dinheiro que guardo no banco. Foi sim o juntar dos milhões de peças na forma de experiências e pessoas que todas juntas, deram e dão tanto sentido à minha vida.

Dos quase 20 anos de experiência em consulta a trabalhar com pessoas, o momento da cura é sempre o momento em que encontramos esse sentido, quando a dor escondia um propósito, quando os desafios estavam desenhados e até assinalados nos nossos mapas individuais.
A vida bem vivida é um acumular de experiências maravilhosas e enriquecedoras, não é um acumular de coisas. Tal como voltamos de mãos vazias mas de coração e alma cheia depois de umas férias maravilhosas, assim deveremos viver a nossa vida, mantendo sempre o foco no que é realmente importante. E todos sabemos que o que é essencial é invisível aos olhos. Claro que as coisas fazem parte da experiência terrena e servem para a enriquecer imensamente e das mais variadas maneiras, mas apenas como decoração de paisagem, como desfrute momentâneo, como experiência passageira das mesmas.

Que este ano possamos então dar ou proporcionar “experiências” que tanto podem ser um bilhete de teatro como um livro transformador, como uma consulta de astrologia, como um acesso a um workshop, símbolos com significado profundo que nos reconectam com a Luz, âncoras poderosas que ativam positivamente a nossa energia e que, ao contrário da frieza material dos produtos do shopping, já saem de corações e mãos amorosas e criativas.

Independentemente das condicionantes familiares, sociais, geográficas ou emocionais, que o Natal seja sempre o tempo mais propício à lembrança da expressão do amor que é afinal a proposta de todos os dias de todas as vidas.

Bem hajam! <3

Vera Luz

 

Imagem de monicore por Pixabay

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