O mau do bom e o bom do mau

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À partida, todas as pessoas que vêm para uma sessão de terapia ou desenvolvimento pessoal, têm questões que as condicionam de alguma maneira. Algo nas suas vidas parece não fluir, ou não consegue ser aceite, ou ainda não foi entendido, ou algum medo que ainda não foi superado.

É normal por isso haver espaço para se contar a história, fazer desabafos que aos poucos me vão ajudando a fazer o enquadramento e dizendo se já temos alguém que já aprendeu a estar no lugar da causa como criador da sua realidade ou se ainda está preso no lugar do efeito e no estado de vítima das circunstâncias.

Basta estar atenta para perceber se ainda temos alguém que fala frustradamente sobre como os outros, os acontecimentos, os encontros ou desencontros não correspondem à sua idealizada realidade desejada ou se já temos alguém que está capaz de fazer aprendizagens com a realidade atraída e capaz de a superar respondendo consciente, positiva e criativamente a cada momento, encontro ou acontecimento.

Os primeiros ainda vêm o mundo como um lugar caótico do qual têm que se defender, ignorantes quanto às forças inteligentes que o regem, vêm injustiças em tudo e em todos e sofrem de uma distorcida auto-imagem perfeita onde o problema é sempre alguém e nunca o próprio.

Os segundos já aprenderam a descobrir sinais, a sentir sincronias, a perceber as leis cósmicas e já se renderam à ideia de que tudo à nossa volta é nosso e atraído para a nossa evolução pessoal.

Os primeiros ainda vêm o mundo pelos olhos do ego. Os segundos já vêm o mundo pelos olhos da alma.

Mas ao fim de tantos anos de terapia, a verdade é que não há os primeiros e os segundos. Não há melhores ou piores apenas mais ou menos conscientes da magia que nos rodeia.

E porque todos somos Um e porque somos seres duais, e porque todos oscilamos entre os desejos do ego e os anseios da alma e porque estamos a viver num tempo ainda muito denso e espiritualmente imaturo da nossa viagem, é perfeitamente natural que encontremos dentro de nós as duas naturezas.

Se há momentos em que vibramos em amor, outros há em que caímos no desespero. Com umas pessoas já conseguimos a tolerância e a compaixão, com outras ainda dispara a velha densidade ainda não transformada. Em certo ambientes parecemos tocar o céu, noutros quase resvalamos para o inferno.

E o equilíbrio é isto mesmo!

De que nos vale olhar apenas para a luz se essa atitude significa rejeitar a sombra?

Amor incondicional implica a aceitação de ambas as partes. Convida-nos à integração e aceitação do nosso pior e da celebração do nosso melhor. É a proposta de rendição ao que é, deixando de correr atrás do que é ´bom` ou de fugir do que é ´mau`. ☯️💟

Bem hajas <3
Vera Luz

 

Imagem de Free-Photos por Pixabay

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