Ser terapeuta permite-nos desfrutar de uma regalia maravilhosa; poder lidar com o ser humano para lá da máscara social que queiramos ou não, somos condicionados a usar enquanto estamos encarnados. Seja o papel de mãe ou pai, patrão ou empregado, filho ou irmão, mulher ou marido, todas em comum o dilema de nem sempre permitirem que revelemos o que temos de melhor; a nossa essência.
Ser terapeuta é então ter o privilégio de aceder ao espirito do outro, de espreitar a sua essência, de destapar a sua verdade, seja a parte extraordinariamente iluminada e poderosa ou pelo contrário, o seu tão temido ´dark side´. E se já ser testemunha e facilitadora dos processos de transformação de cada um é para mim um lugar sagrado, conhecer-me a mim própria através do outro, é a cereja em cima do bolo!
Gosto de acreditar que um dia iremos chegar ao estado de evolução em que todos nos iremos reconhecer como iguais com histórias diferentes, a fazer a mesma viagem por caminhos diferentes, em busca da mesma verdade estudando livros diferentes, a testar o mesmo equilíbrio em experiências diferentes.
Através das muitas histórias que vou conhecendo, vou descobrindo peças do meu próprio puzzle. Vou aprendendo que em todo o encontro há sempre algo que deixamos e algo que levamos e nada é mais importante do que descobrir isso mesmo.
Neste quase meio ano de 2018, que se tem revelado intenso e transformador, tenho a agradecer a quem tem confiado no meu trabalho e se tenha entregue de coração e alma ao seu processo de resgate do seu poder pessoal.
Não é raro receber testemunhos extraordinários de reviravoltas de libertação e sucesso após as sessões, embora também saiba que são apenas daqueles que tiveram a coragem de levar a sério a sua felicidade e de criar as mudanças que a vida estava a pedir.
Seja dentro ou fora do consultório, todos estamos num processo de evolução pessoal, individual e diferente de quem nos rodeia. Fazer comparações anula a nossa individualidade e desrespeita a nossa diferença, a nossa essência e logo, o que ela atrai de único também. Deixo assim uma sugestão terapêutica para que possas desfrutar do resto do ano mais desperto e consciente.
Quando te deparares com alguém na tua realidade que está francamente pior do que tu, resiste ao “julgamento” da realidade do outro que não entendes e aproveita para agradecer e valorizar o bem que tens hoje, o quanto já fizeste pela tua própria energia, o que já evoluíste até hoje, o poder que já resgataste, as energias mais leves que já consegues atrair e milita-te a ter compaixão por quem ainda não atingiu o teu patamar de qualidade.
Quando te deparares com alguém que está já a viver algo de maravilhoso que ainda sentes longe da tua realidade, resiste ao “julgamento” de chamar sorte ao que afinal sabes que é conquistado por vibração interior, aproveita para questionares o que precisas fazer diferente para atingir tal patamar, procura identificar e libertar que resistências te impedem de atingir aquela mais elevada realidade que te está a ser mostrada, agradece a inspiração de quem já sabe fazer algo que te ainda é difícil mas não impossível.
Que seja um resto de ano abençoado.
Vera Luz
Vera Luz
Imagem de S. Hermann & F. Richter por Pixabay