Todos temos o sonho ou anseio da vida perfeita, da relação romântica, de filhos fantásticos, do emprego de sonho, de amigos leais e divertidos, ou seja, de experiências perfeitamente válidas para quem anseia viver uma vida feliz.
Mas o que fazer com a frustração que sentimos quando não conseguimos atingir todos ou alguns desses objetivos? Como lidamos quando a vida traz o que não queremos? O que fazer quando tudo é caótico e impede a mais simples felicidade?
Primeiro precisamos repensar a atitude que levamos para a vida e, mais ainda, a intenção por trás do desejo de vida e experiências perfeitas e felicidade idealizada, pois é exatamente aí que começam os nossos problemas.
Faltaram-nos os Mestres, Orientadores, Mentores, Gurus, Seres Humanos extraordinários cheios de sabedoria, escondidos nos últimos séculos e cada vez mais raros nos dias que correm, capazes de nos ensinar sobre a nossa existência, a Vida e o nosso papel no Universo.
Se tivéssemos recebido esses maravilhosos e sagrados ensinamentos, jamais nos deixaríamos cair na ratoeira que é ansiar pela vida perfeita como caminho da felicidade.
– Mas qual o problema em querer ter uma vida perfeita e feliz?
Nenhum. Apenas a fórmula da felicidade tem que ser revista.
Vida feliz sim, perfeita não.
Ansiar pela vida perfeita seria por exemplo o Ronaldo cair na ilusão de precisar de ganhar sempre para ser feliz ou de marcar um Hat-trick perfeito em todos os jogos para ter a segurança e confiança que tem e cair num drama ou numa depressão pelas vezes que perde ou falha.
O objetivo da perfeição está completamente desalinhado da realidade que, como sabemos, é flutuante e convida a viver os dois lados positivo e negativo de cada experiência.
Ansiar pela experiência perfeita seria então sonhar com a vitória ou com a taça, mas não querer pagar os preços pelo merecimento e processo doloroso de chegar a ela, incluíndo a dor, a perda, o falhanço, etc.
Precisamos então de rever o conceito da Felicidade. Antes de mais de dissociar a Felicidade de ideais de perfeição e associá-la com conceitos mais saudáveis como consciência, liberdade, resiliência, fluidez, fé, superação e porque não, sentido de humor.
Por exemplo;
-Eu sou feliz porque sou capaz de fluir de forma harmonica pelos eventos da vida.
-Eu sou feliz porque tenho a resiliência suficiente para me equilibrada perante as adversidades da vida.
-Eu sou feliz porque aprendi a ver nos problemas, oportunidades de superação e libertação karmica.
-Eu sou feliz porque me reservo a liberdade de viver a minha vida à minha maneira.
-Eu sou feliz porque tenho a consciência de que tudo à minha volta esconde mensagens sobre mim e o meu caminho.
-Eu sou feliz porque aprendi que a vida é um sonho, que tudo passa e que rir perante os desafios é uma ferramenta desvalorizada.
-Eu sou feliz porque confio totalmente que a minha vida é o palco de experiências e pessoas que foi preparado para a minha evolução.
Já todos ouvimos a frase de que a desilusão nasce da própria ilusão e por isso quanto mais insistirmos e nos iludirmos na busca da vida perfeita, mais sofreremos e nos desiludiremos quando ela se revela aparentemente imperfeita.
Não é raro este trabalho de consciência sobre as ilusões de cada um acontecer em consulta. Aliás, a terapia implica aos poucos a libertação da ilusão de procurar a vida perfeita, e não é raro a pessoa acabar por descobrir que afinal todas as “imperfeições” da sua vida, na forma de problemas, doenças, perdas, desafios, quando vistas pela proposta do mapa pessoal e pela lente divina, escondem uma proposta superior que se revela, e agora sim, de forma perfeita.
Lembra que a felicidade nunca se pode cingir a um estado de TER. A verdadeira Felicidade será sempre um estado de SER que implica estar em paz com a vida tal como ela é.
Deixa aqui o que é para ti a Felicidade ✨
Vera Luz
Imagem de Karsten Bergmann por Pixabay