Educação Espiritual

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Como sobreviver a pessoas, famílias e ambientes tóxicos?
Este texto pretende ajudar a descobrir que é possível VIVER com qualidade.

EDUCAÇÃO

Embora a nossa sociedade não invista na educação emocional e até mesmo a psicologia esteja limitada por não usar ferramentas à altura das exigentes crises espirituais e existenciais, é possível hoje em dia e cada vez mais, encontrar caminhos “alternativos”, novas respostas a velhas questões, ferramentas mais recentes, mas extraordinariamente eficazes, terapias que nos ajudam a pensar de forma diferente, a questionar velhas crenças religiosas que não têm resposta válida e a perceber como lidar com as emoções bloqueadas.

É hoje possível estudar padrões pessoais a que estamos ligados, o que nos fez escolher determinada família, que heranças karmicas trazemos de vidas passadas, que tipo de pessoas iremos atrair pela vida fora, quer gostemos ou não, como nos alinharmos com o nosso propósito individual.

Foi precisamente a falta destes apoios, de educação espiritual, de acesso a informação de qualidade, a resistência do formato dogmático e fechado da psicologia, que nos trouxe à crise interior, emocional e espiritual que a maioria vive hoje.
O preço desta arrogância e ignorância é a depressão, a violência, os vícios, o stress, a frustração e ansiedade.

Por ter sentido esta terrível crise na pele, percebi que foi o caminho da educação e transformação espiritual e emocional, ou seja, a Terapia, que me devolveu ao meu centro, que abriu espaço para a cura de antigos padrões tóxicos que eu estava a repetir sem consciência.

Esse novo caminho iluminado tornou-se a base do meu trabalho, e acredito muito que o caminho da cura pessoal é a única forma de curar a sociedade em que vivemos, que neste momento, é o espelho da sombra coletiva reprimida. Quando vemos bombas, corrupção, mentira, abusos, autoritarismo, violência, carência, miséria, futilidade, enfim, todas estas e outras manifestações da sombra, têm representação dentro de nós e enquanto não lhes dermos luz, elas irão manter-se projectadas no mundo e nas telas das televisões.

Temos por isso hoje em dia um Boom de desenvolvimento pessoal, de terapias e terapeutas, pois sem essa cura, o medo domina e por isso estamos no caminho da destruição e do sofrimento.
A educação e responsabilidade pessoal sobre a nossa luz e amor próprio, irá tirar aos poucos o nosso foco do medo, e de todas as suas terríveis expressões que usamos e vemos à nossa volta, e colocá-lo no amor e também em todas as suas infinitas e possíveis expressões, de forma a criarmos a vida e a sociedade que todos desejamos.

LIMITES

Ninguém nos ensinou que nada seria mais importante do que cuidarmos de nós, da nossa energia, da nossa ecologia pessoal, da nossa estrutura individual, do nosso equilíbrio interior e exterior,  tal como vemos a Mãe Natureza fazer por si mesma, ou até o nosso corpo, quando passa por um desequilíbrio e nos obriga a parar.

Temos nos 4 Elementos, maravilhosas inspirações, para percebermos como começar esta viagem sagrada de volta ao nosso centro;

A Água ensina-nos a gerir o nosso plano emocional, a curar as nossas dores e emoções pesadas, a superar os nossos medos, a libertar os nossos traumas, a ouvir a intuição, que tal como um GPS, nos vai orientando sobre os caminhos a escolher. É no sentir que saberemos o que nos faz bem e o que nos faz mal. O que nos faz SENTIDO ou não. É solitária e por vezes assustadora esta responsabilidade de curarmos as nossas feridas e sermos felizes por nós próprios, sem carências ou dependências. É por isso tentadora a expectativa ou ilusão de que alguém apareça e nos salve, nos cure, nos proteja ou complete. Mais à frente falamos de tentações.

A Terra representa o nosso corpo físico, ou seja, a nossa sobrevivência, o nosso alimento, o nosso dinheiro, a nossa casa, o nosso corpo, saúde física e bem estar essencial. Assim como os outros, este plano por ser o da sobrevivência, deveria ser ensinado na escola a importância do mesmo. A maioria vai a correr procurar um emprego para ter dinheiro sem perceber a importância de levar os 4 elementos a cada escolha. Caímos assim na tentação de dizer sim a qualquer escolha que pode a longo prazo revelar-se extremamente negativa e tóxica para nós pois não considerámos o lado espiritual, emocional e mental na escolha de um emprego ou fonte de rendimento.

O Ar é a nossa mente, a comunicação, a sociabilização, a aprendizagem, a partilha, o ensino, a forma como percebemos e interpretamos o mundo e se somos flexíveis e capazes de aprender com as diferentes visões dos outros. Algures começamos a perceber que temos opiniões, visões e percepções diferentes dos outros e está tudo bem pois não somos iguais a ninguém. É essencial por isso diferenciarmos a nossa mente dos outros, não influenciar ou ser influenciado e apenas direcioná-la para a busca do sentido da vida, para que consiga manter ligadas as várias áreas dentro de nós, para seja capaz de dizer sim ou não conforme o que é melhor para nós.

O Fogo é o espírito encarnado na Alma individual, é o grandioso objectivo da encarnação, é a ligação do plano divino às circunstancias terrenas, é a consciência espiritual capaz de entender e usar os movimentos terrenos, para cumprir a intenção da alma. É o fio da eternidade que liga a várias vidas, que nos liga à nossa ancestralidade, que nos faz atrair das pessoas certas para a nossa história. O nosso mapa astral é sagrado pois a hora de nascimento foi escolhida antes da encarnação para que reflicta o plano da alma antes ainda de chegar ao plano mental depois da encarnação.

Como vimos, os 4 Elementos mostram pistas de como viver à altura da responsabilidade pessoal, para que a nossa vida tenha qualidade e siga iluminada.

Não conhecer estas responsabilidades básicas, leva-nos à desorientação, leva-nos a viver com resistências e medos, leva-nos a criar ilusões, apegos, projeções e dependências com todos à nossa volta, tendo como consequência geral o desequilíbrio pessoal, a desconexão interna e a perigosa inconsciência pessoal.

Mais cedo ou mais tarde, a Vida mostrará a importância de retornarmos ao nosso lugar de poder pessoal, a acender a nossa luz interna, aprendendo então depois a colocar limites bem definidos a tudo e a todos que colocam o nosso equilíbrio pessoal em causa.
A falta de consciência desta proposta elevada a nível evolutivo, leva a maioria a descartá-la ou ignorá-la ingenuamente, permitindo-se a si mesmo e aos outros a buscar compensações várias para as suas carências.

Infelizmente a maioria das relações é apenas um acordo de carências onde cada um espera do outro o que não encontrou ainda em si mesmo. Saem daí por isso as consequências de desilusão, traição, abandono, desconexão que hoje são bastante comuns. São lições dolorosas mas a forma que o Universo tem de nos acordar destes jogos emocionais.
Depois de feito um maravilhoso trabalho de cura, responsabilidade e equilíbrio pessoal, as relações passam a ser espaço de crescimento, de espelho pessoal, de celebração de dois indivíduos inteiros, de liberdade de cada um poder ser fiel ao seu coração antes de ser fiel ao outro.

TENTAÇÕES

Nem sempre as pessoas à nossa volta, principalmente as mais próximas de família,  mas também as românticas e profissionais, gostam de sentir e muito menos compreendem a necessidade desses limites, o distanciamento, as diferentes escolhas de vida que cada um tem o direito de fazer, de seguir os seus valores, crenças ou religião que por questões pessoais e de evolução do próprio clã, implicam que sejam diferentes.

Não é raro haver por parte dessas pessoas e pela falta de educação espiritual, muita pressão, julgamento, crítica, manipulação psicológica e emocional, ameaças, rejeição, exclusão tanto de nós para com os outros como dos outros para connosco.

Por trás deste tóxicos e negativos comportamentos, está o medo do novo, o medo do abandono, o medo da exclusão, a resistência em manter as velhas circunstâncias e pessoas. Na verdade estamos a falar de Lealdades Inconscientes, como nos ensinou o Terapeuta Bert Hellinger no seu trabalho com Constelações Familiares. A questão não se cinge às lealdades criadas nesta vida, mas às que já trazemos com membros do clã que nem conhecemos na vida presente mas com as quais temos ligações ou lealdades profundas.

Muitas vezes, pelo enorme amor e até apego, o chamado “amor cego” que temos a estas pessoas, que na maioria começa com a família de infância embora já possam vir de trás, sentimos uma enorme tentação de ceder, de desistir do nosso caminho e nos mantermos leais ao amor que lhes temos.

Esta honra à dor de alguém, pretende apenas trazer à luz feridas do clã que não foram devidamente “vistas” ou curadas, e por isso são carregadas por gerações.

São três as formas como vamos honrar estas pessoas;
1- Vivendo vidas iguais às delas, sofrendo igualmente, esperando pacientemente que haja disponibilidade para “ver” essa dor e então libertá-la. Se por exemplo o elemento que honramos foi alcoólico, nós seremos alcoólicos.
2- Vivendo fugindo da dor para o polo oposto. Se o elemento foi alcoólico, eu nunca beberei e terei horror ao álcool.
3- Vivendo em função da cura do elemento que honramos e escolhendo profissões que reflectem isso. Por ex. vou ser enólogo, vinicultor ou psicólogo que se especializa com vícios de álcool.

Mas é importante lembrar que essa escolha por amor virá com um preço elevado, normalmente para nós próprios, pois a verdade é que não estamos a viver livremente a nossa missão mas sim a ser leais às dores dos outros. Por exemplo nasceste com alma de artísta mas foste para advocacia para agradar os pais, algures a crise existencial pessoal e profissional virá bater à porta, e chamar-te para o teu destino.

Precisamos sempre lembrar que a responsabilidade pessoal que temos sobre nós, terá que vir sempre antes da lealdade consciente ou inconsciente, que escolhemos ter a essas pessoas ou, caso contrário, veremos nessas pessoas, a traição que fizemos a nós próprios ou simplesmente sentiremos a vida bloqueada.

Deste ponto de vista, a proposta é sempre manter a vibração de amor, da liberdade e do equilíbrio por nós mesmos e assim será mais fácil vermos todas as provocações externas ou internas, como simples testes à nossa firmeza, à fidelidade aos nossos sonhos, desejos e anseios.

Escusado será dizer que por falta de educação espiritual e consciência pessoal, por falta de limites, a maioria dos atritos relacionais explica-se neste passo das tentações onde vemos a maioria a cair nessa ratoeira. Apegos, dependências, idealizações e projeções e jogos de culpa e manipulação mental e emocional, são as vias pelas quais nos deixamos aprisionar e condicionar a nossa liberdade e equilíbrio pessoal.

CURA DO PASSADO

Embora a proposta dos passos anteriores já mostre que o caminho não é fácil, torna-se quase impossível de trilhar por uma razão; O TRAUMA!

Trauma podemos resumir como qualquer evento, interno ou externo, leve ou pesado onde o amor, a alegria, a sensação de tranquilidade, segurança e proteção emocional falharam ou foram violadas.

Internamente, a dor desse momento (psicológica, física, emocional ou até espiritual), que pode ter durado 5 segundos ou anos, ativa mecanismos de sobrevivência internos, biológicos, hormonais, que na maioria residem no inconsciente, para que possamos ir sobrevivendo, mas que passam a alertar-nos futuramente, do perigo de voltar a sentir essa mesma dor.

Esses mecanismos variam de pessoa para pessoa, servem para nos proteger de novo evento traumático, mas têm como denominador comum, a resistência, o movimento de recuo, a exagerada hiper-proteção, ou seja, o medo.

Podia dar infinitos exemplos de traumas psicológicos, físicos, emocionais ou espirituais e de hipóteses de resistências a cada um deles, mas importante é a forma como cada um de nós reage ao medo de sentir a velha dor. E se até conhecemos conscientemente algumas delas na ponta do iceberg, acreditem que o que não conhecemos é avassalador. Ou seja, tudo o que fazemos, a pessoa que somos, é um resultado de todo o nosso passado e todos os movimentos inconscientes que temos estão ligados a circunstâncias que tanto podem estar nas nossas vidas passadas como nos laços com os nossos ancestrais.

Mesmo assim deixo alguns exemplos da presença de trauma;
-desconexão com o sentir, isolamento, ansiedade, ataques de pânico, resistência a certo tipo de ambientes e pessoas, vitimização, agressividade sem explicação, autoritarismo, fazer escolha A como fuga ao convite de algo “novo” como escolha B, inflexibilidade, evitar pessoas e experiências novas, doenças físicas várias, principalmente autoimunes, desejar experiências ou criar apegos a pessoas como compensação da dor interna, etc.

Só por estes exemplos ficamos a perceber o quanto da nossa energia é gasta a evitar/esconder/compensar a dor que carregamos, ao invés de vivermos conscientes dessa dor e investir na sua transformação e cura.
Que este boom de terapias atual, permita curar toda essa bagagem passada e libertar essas âncoras pois a alma em nós sabe que não poderá seguir viagem e evoluir se não fizer esse trabalho de integração e cura.

DHARMA

Ao contrário da palavra Karma, que é a escolha feita pela inconsciência e pelo medo, é a escolha que aprisiona, que condiciona, que aciona exigência e responsabilidade pesada, que é a escolha da fuga à própria dor, Dharma é o oposto.

Dharma é a escolha amorosa, do e pelo amor, é a escolha do que é leve, do coração e da consciência, é a escolha que cria desfecho positivo e evolutivo, éa. escolha de aceitar a sua missão pessoal, de transmutar o seu Karma, é a escolha que gera paz, inspirada nos movimentos da Mãe Natureza, que respeita as leis da vida e do amor que levam à cura e transmutação.

Aproveitando os passos acima; a educação, os limites, as tentações e a cura, podemos dizer que a escolha do Dharma é a escolha onde todas se aplicam;

É a educação sobre a responsabilidade pessoal e espiritual, é a escolha da capacidade de pôr limites, é a escolha de como resistir às tentações e manter o equilíbrio interior, é a escolha de curar o passado e fechar as velhas feridas, é a escolha de viver com integridade, ou seja de viver o seu Dharma pessoal.

Chegou a altura de começarmos a admitir que VIVER, sim, com letras grandes! não é uma vida de gaiolas e rodas de hamster familiar e profissional.

VIVER é manter a consciência de que somos seres divinos num corpo físico, cada um com o potencial de gerar luz e amor nas nossas vidas. VIVER é estar consciente das propostas de evolução à nossa volta e saber ler todos os sinais que nos rodeiam. Qual o segredo? Respeitar a polaridade cósmica. Ou seja, VIVER é manter o equilíbrio entre o plano espiritual interno da nossa Alma e perceber que as circunstâncias exteriores da personalidade são as necessárias e preparadas karmicamente, para que o plano da Alma se cumpra.

A falta de educação e consciência espiritual, levou-nos onde está a maioria; não a VIVER, mas a sobreviver. Não num processo de maturidade e equilíbrio pessoal, mas numa rede de carências, apegos e ilusões relacionais, familiares, românticas e até financeiras, cada uma com as respectivas dores e consequências.
Não tem que ser assim e está a na mão de cada um fazer essas mudanças e por isso não me canso de dizer que o nosso mapa astral revela toda a nossa história Karmica e como voltar ao nosso centro.

Se queres aprender a VIVER, começa por perceber melhor a tua pessoa, a tua história Karmica, a tua missão, o teu momento presente, desafios e oportunidades, marca a tua consulta enviando email para veraluz@veraluz.pt ou consulta https://linktr.ee/veraluz_

Bem hajas e até já!
Vera Luz

 

Imagem de Binja por Pixabay

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