Como ajudas uma pessoa presa na vitimização?
– Não ajudo.
Mas não tens ferramentas de cura para ajudar pessoas que sofrem?
– Claro que sim. Várias e todas poderosas e transformadoras!
Então porque não ajudas?
– Porque quem está preso na vitimização não quer ser ajudado.
Como assim? Desde quando alguém escolhe ser infeliz ou não quer ser ajudado?
– Simples, porque a um nível inconsciente, ganha mais com a vitimização do que com a cura. E enquanto ela própria não alterar esta escolha, não pode ser ajudada.
Disse um dia Sigmund Freud; Quando a dor de não estar vivendo for maior que o medo da mudança, a pessoa muda.
E é precisamente na mudança, no risco, no sair da zona de conforto, na coragem, na experimentação da liberdade e respectiva responsabilidade pessoal, nas exigentes propostas do amadurecimento emocional que se encontra a resistência.
Na maior parte dos casos, a vitimização está a permitir evitar e viver sem ter que fazer mudanças ou assumir qualquer grau de responsabilidade.
Obviamente que será uma vida miserável, um estado de sobrevivência sem qualidade onde o amor e a coragem não têm lugar e onde o medo e o controle reinam.
Não é raro perceber este padrão em consulta e muito fácil de perceber que ele faz parte da dinâmica da pessoa já desde vidas passadas e infelizmente irá ser o “Mindset” predominante, enquanto se mantiver inconsciente ou enquanto houver “ganhos secundários” em mantê-lo.
Deste Mindset fazem parte a ignorância sobre as leis da vida, a ilusão de insistirmos que o mundo deveria ser perfeito como gostaríamos, a sensação de injustiça de não percebermos que tudo tem uma razão inteligente e amorosa de ser, a arrogância e vergonha ou sensação de superioridade ou inferioridade por ninguém nos ter ensinado que somos todos iguais e Luz vindos da mesma fonte, a culpa quando falhamos ou alguém falha efeito triste da falta de amor e aceitação pessoal, o julgamento porque ninguém nos ensinou que somos espelhos uns dos outros.
Do Mindset da cura fazem parte a responsabilidade sobre a nossa existência, o conhecimento das leis universais, a aceitação de que tudo tem uma razão de ser e que a nossa realidade não é o que queremos mas é o que precisamos para as nossas lições pessoais, o estudo / conhecimento da mensagem do nosso mapa natal, o consciente e poderoso uso do livre arbítrio como expressão da nossa essência, a pacificação e gratidão a todos os que tiveram o papel difícil de nos devolver a nossa sombra, o resgate da nossa autoridade interna, aprender a ver as relações como palcos de crescimento pessoal.
A vida é uma viagem, por isso implica movimento permanente. Maior parte dos dramas e sofrimento a que assisto vem precisamente da resistência à mudança, do ressentimento, das dependências, das várias prisões de crenças, ideias, valores, ideais, ilusões e apegos que apenas irão gerar as respectivas desilusões e desapegos.
Por isso repito que todos aqueles que ainda acreditam na medicação como única cura que nada mais é do que um disfarce e adiamento do processo de cura ou para quem ainda ganha algo com a vitimização, não posso ajudar.
No entanto, se te identificaste com estas palavras, se sentiste que algo acordou dentro de ti, tavez tenha chegado o tempo da mudança. Talvez a tua Alma tenha convencido o teu ego de que a dor de ficar começa a ser maior do que a dor de mudar e assim sendo, serás bem vindo ao mundo da cura, da mudança e do amor pessoal.
Bem hajas!
Vera Luz
Imagem de Sasin Tipchai por Pixabay